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A origem da Cia. Branco Motores remonta a 1936, quando Caetano Natal Branco, primogênito de uma família de imigrantes italianos, construiu em Joaçaba (então Cruzeiro, SC) sua primeira debulhadora de cereais – a trilhadeira Vencedora, máquina rebocada, destinada à retirada dos grãos de espigas de trigo, alfafa e arroz. As trilhadeiras foram fabricadas artesanalmente, por encomenda, até ser constituída a firma Caetano Branco & Filhos, em 1944. Com o tempo as máquinas foram sendo aperfeiçoadas e adaptadas para outras culturas: feijão, soja, aveia, girassol, lentilha, milho, centeio e alpiste. A trilhadeira Vencedora é até hoje fabricada, sob a marca Maqtron.

Em 1952, após a morte de Caetano, seus filhos deram início ao desenvolvimento de alguns protótipos de motores a gasolina, de dois tempos e um cilindro, cuja produção seriada, no entanto, só ocorreria a partir de 1964. Eram quatro modelos, com potências entre 8 e 12 cv. Em 1966 a empresa foi transformada em Sociedade Anônima e, no ano seguinte, criada a Famobra – Fábrica de Motores Branco S.A., separando a produção de motores dos demais negócios do Grupo. A década de 80 foi palco de grandes mudanças estruturais na empresa: diversificação de produtos, criação de grande número de subsidiárias especializadas (magnetos, ferramentas e máquinas especiais, fundição, máquinas agrícolas, motores), transformando-se a Caetano Branco S.A. na holding de todas elas. Uma destas subsidiárias foi a Intermotor Indústria de Motores Ltda..

Em 1983 a região do meio-oeste catarinense sofreu uma das maiores inundações de sua história. Nela, as instalações da Branco, localizadas às margens do rio do Peixe, foram destruídas. A Intermotor, já considerada a “jóia da coroa” do Grupo, foi transferida para instalações provisórias em Curitiba (PR) e, em 1985, para nova fábrica no município vizinho de São José dos Pinhais. Aí a Branco projetou e lançou novos motores, dentre os quais outro de dois tempos monocilindro a gasolina, com 105 cm3 e 3,5 cv, apresentado em duas configurações – horizontal e vertical. Em 1990 o Grupo foi novamente reestruturado: todas as subsidiárias mudaram a razão social, a Intermotor passando a chamar-se Branco Motores Ltda.. Nessa altura a produção já alcançava 18 mil unidades por ano.

Em 1991, em sociedade com a empresa argentina Zanella, foi instala na unidade de São José dos Pinhais nova linha para a construção de motores para ciclomotores e minimotos, aumentando a capacidade produtiva da fábrica para 30 mil unidades/ano. Com cilindrada de 50 cm3, os novos motores tinham tecnologia da italiana Minarelli, sendo sua produção inicial, de 400 unidades/mês, toda destinada à exportação. A produção, porém, jamais atingiu os níveis desejados e a joint venture foi desfeita três anos depois.

Entre 1995 e 1997 o Grupo esteve em concordata, após a qual foi mais uma vez reestruturado, organizando-se em três empresas: Motobrás (novo nome da Branco Motores), Magnetron (componentes eletro-eletrônicos) e Fapcar – Fábrica Paranaense de Veículos Ltda. (razão social logo adiante alterada para Branco Veículos). Através da última, a empresa lançou a família de minicarros Fastboy, para lazer infantil e adulto, com design lúdico e original. Eram quatro modelos: Fastboy, Adventure, Quattro e Truck Boy, este uma miniatura do cavalo mecânico de cabine semi-avançada Volvo. A mecânica era a mesma para todas as versões: chassi tubular, motor Branco a gasolina de quatro tempos, 196 cm3 e 6,5 cv, com partida elétrica, caixa com uma marcha à frente e ré, freios a disco na traseira, suspensão por molas helicoidais e amortecedores hidráulicos e carroceria plástica reforçada com fibra de vidro.

A divisão de veículos teve vida curta, sendo encerrada em 2005. Os minicarros foram substituídos por máquinas mais utilitárias – os pequenos motocultivadores chamados Tratoritos, apresentados em três modelos: B2T e B4T, com largura de corte dos sulcos de 75 cm, e BD10, com largura de corte de 1,35 m (respectivamente com motor dois tempos refrigerado a ar, 133 cm3 e 5 cv; motor quatro tempos refrigerado a água, 163 cm3 e 5,5 cv, ambos a gasolina; e diesel refrigerado a ar, 406 cm3 e 10 cv – todos monocilíndricos).

Em 2006, ao completar 70 anos, a Branco dispunha de amplo catálogo de produtos, todos eles ainda em produção: além dos Tratoritos e de uma extensa linha de motores a diesel, gasolina e biogás (de dois e quatro tempos, refrigerados a ar ou a água), incluía motores de popa, cortadores de grama, motobombas e geradores portáteis. Nem todos estes produtos, no entanto, eram de fabricação própria: da linha de motores – “carro chefe” da empresa e sua principal fonte de receitas – apenas os modelos de dois tempos são de fabricação nacional: todos os diesel e gasolina a quatro tempos, comercializados sob a marca Branco, já eram importados da China, totalmente montados e sem nenhuma agregação local. (Na década seguinte também os Tratoritos tiveram a fabricação suspensa e passaram a ser trazidos da China.)

Em 2012 a Branco foi adquirida pela empresa norte-americana de motores Briggs and Stratton.

<branco.com.br>





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