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BRASITALIA | galeria

Instalada em Ribeirão Pires (SP) desde 1962, a Brasitalia Tratores S.A. foi um dos primeiros fabricantes de tratores de esteira do país. Lançado em 1964, o modelo 300 C era acionado por motor diesel MWM com dois cilindros, 1.810 cm3 e 34 cv, acoplado a câmbio de três marchas à frente e três a ré. O pequeno trator pesava 1,8 t e era oferecido em duas larguras (90 e 101 cm). Além dos diversos implementos usualmente aplicados a este tipo de equipamento, o Brasitalia dispunha de um original e engenhoso kit (“sistema patenteado“, segundo a empresa) que o transformava em trator agrícola sobre pneus. A adaptação consistia na montagem de um par de rodas de grande diâmetro nas extremidades do eixo traseiro e instalação de um conjunto de eixo dianteiro com sistema de direção, substituindo o mecanismo original que, no trator de esteiras, era constituído de sistema de fricção, que “desligava” a tração da esteira interior à curva. Em 1969 o trator ganhou alternador em lugar de dínamo, esteiras mais largas e teve a potência elevada para 39 cv.

Em 1970, no âmbito do Plano Nacional de Fabricação de Tratores de Esteira, do Geimot, a empresa se candidatou à fabricação de um equipamento de maior porte, o modelo 600 C, com motor MWM diesel de 75 cv, cinco marchas sincronizadas e 6,5 t de peso. Logo a seguir, porém, com 90% de capacidade ociosa e após ter fornecido cerca de 200 tratores, a Brasitalia cessou a produção, retomando-a, em ritmo lento, apenas dois anos depois. Esta interrupção, exatamente no momento em que o Geimot selecionava os fabricantes que receberiam incentivos para a nacionalização de novos modelos, naturalmente teve efeitos negativos sobre a empresa, que não mais conseguiria se recuperar.

A produção do 300 C foi retomada dois anos depois, com algum sucesso e mais cem unidades produzidas. A Brasitalia ainda esboçaria planos de renovação em 1975, ao anunciar joint venture com a empresa iugoslava IMT, visando à produção de um trator médio de rodas com motor Perkins de 84 cv, a ser efetuada a partir do ano seguinte em Itajaí (SC). Previa-se a construção de 250 unidades no primeiro ano e 500 a partir do segundo, mas a iniciativa não frutificou e já no início de 1976 a Brasitalia encerrou definitivamente as atividades.

A Brasitalia foi adquirida pela Santa Matilde, que colocou em produção dois tratores leves de rodas , por mais de 15 anos fabricando-os em pequena quantidade junto com os tratores de esteiras – os modelos 300 CR (2,2 t, motor Perkins de 42 cv, seis marchas à frente mais ré) e 400 CR (2,7 t, 54,5 cv, seis marchas com reversão).





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