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Grande fabricante holandês de veículos, as atividades da DAF (Van Doorne’s Automobielfabrieken N.V.) tiveram início em 1928, como oficina de reparação; em 1932 a DAF passou a produzir implementos rodoviários e, em 1949, caminhões. Em 1958 a empresa lançou seu primeiro automóvel, com ele trazendo um revolucionário sistema de transmissão automática por correia continuamente variável (CVT), leve e simples, denominado Variomatic: deste primeiro modelo foram fabricadas mais de 800 mil unidades. Em 1976 a divisão de automóveis foi vendida para a Volvo; em 1996 o controle da unidade de caminhões foi adquirido pela norte-americana Paccar, proprietária das marcas Kenworth e Peterbilt. A DAF é hoje um dos principais fabricantes de caminhões da Europa.

Indiretamente, pelo menos por duas vezes a empresa teve contato com a história da indústria automotiva brasileira: na década de 70, quando a Puma com ela negociou a utilização do pequeno motor de 750 cc e da transmissão Variomatic no carro urbano que vinha desenvolvendo; e, trinta anos depois, quando a Honda ofereceu a transmissão CVT como opção na linha Fit. A DAF também interessou-se pelo Brasil, como fabricante. Da primeira vez, em 1986, em visita ao XIV Salão do Automóvel, para avaliar a compra de autopeças nacionais para seus caminhões, a empresa abriu negociações com o governo do Estado do Rio Grande do Sul para lá instalar uma linha de fabricação; o interesse foi formalizado ao governo estadual e carta-consulta enviada ao CDI, mas nada se concretizou. Em 1995, com a instituição do Regime Automotivo, o interesse pelo Brasil reacendeu. Dessa vez foi o governo fluminense que mais se envolveu nas negociações, que inicialmente previam a importação de caminhões completos e SKD e, em até dois anos, a inauguração da linha de fabricação. A crise enfrentada pela DAF naqueles anos, que acabou por levá-la a transferir o controle para a Paccar, inviabilizou a operação brasileira.

Uma década e meia depois, atraída pelo dinamismo da economia brasileira, na contra-mão da crise mundial, e pela exuberância do nosso mercado de caminhões, então vivendo seus melhores dias, a DAF mais uma vez anunciou a intenção de aqui se instalar. A informação, veiculada durante a IAA de Hannover, Alemanha, dava conta de seu interesse em ingressar no país com veículos importados e, “em provavelmente dois ou três anos“, passar a montá-los no Brasil, com a expectativa de, a médio prazo, conquistar 6% do mercado.

Em 2011 foi escolhida a cidade de Ponta Grossa (PR) para sediar a nova fábrica; já em janeiro do ano seguinte as obras foram iniciadas. Ali seriam produzidas cerca de 20.000 unidades/ano dos modelos LF, CF e XF; era intenção da empresa “no prazo máximo de três anos” atingir 65% de nacionalização. A première brasileira da marca aconteceu em outubro de 2011, com veículos importados, em grande stand na 18ª Fenatran.

No prazo previsto, outubro de 2013, a usina de Ponta Grossa foi inaugurada. Naquele mesmo mês, por ocasião da 19a Fenatran, foram apresentados os primeiros caminhões DAF fabricados no país – o modelo XF105 FTS, 6×2 na configuração cavalo-mecânico. Equipado com motor DAF de seis cilindros, 12,9 l e 410 ou 460 cv (com bloco e cabeçote brasileiros, mas ainda montado na Holanda), câmbio manual ou automatizado de 16 marchas e freios pneumáticos a tambor com ABS, alcançava PBT de 27 t e capacidade máxima de tração de 60 t (PBTC 53 t). Tinha cabine-leito basculante de teto alto com suspensão mecânica, apresentada em duas versões de acabamento: Comfort Cab e Space Cab. (Montadas e pintadas no Brasil pela Usiminas, as cabines utilizavam painéis estampados importados da Europa.) A este modelo se seguiu a versão FTT, 6×4 com as mesmas características mecânicas.

O reduzido conteúdo nacional do caminhão, contudo, restringiu as fontes de financiamento, conseqüentemente reprimindo a demanda a níveis insignificantes: os primeiros doze meses de operação da fábrica se encerraram com produção média mensal de apenas 40 unidades, somente 150 delas emplacadas. Em maio de 2015, por fim, os motores passaram a ser montados no país, então conseguindo a DAF alcançar o índice mínimo de nacionalização exigido pela Finame para financiamento do caminhão – 60% – , evento então amplamente divulgada pelo fabricante. Dois meses depois foi oferecida mais uma opção de motorização, a mesma unidade de 12,9 l, porém com potência elevada para 510 cv.

Perseguindo o objetivo de avançar no mercado (menos de 450 caminhões haviam sido vendidos em 2014), a DAF foi a estrela da esvaziada 20a edição da Fenatran, em novembro, promovendo o único lançamento relevante da feira – o modelo CF85, inaugurando sua presença no segmento de veículos pesados para curtas e médias distâncias. Apresentado em versões 4×2 (FT) e 6×2 (FTS), respectivamente com 53,0 e 56,9 t de PBTC, veio equipado com o mesmo motor do XF105 (12,9 l, 360 ou 410 cv), câmbio automatizado de 16 marchas à frente e duas a ré, duas opções de cabine (Comfort e Space Cab) e duas de entre-eixos (3,20 e 3,60 m). O veículo foi lançado com 65% de conteúdo nacional.

Na oportunidade, foi disponibilizada uma terceira versão de cabine para o XF105 – a bem equipada Super Space Cab, com 2,10 m de altura interna -, além de novas opções de entre-eixos e tanques de combustível e mais uma versão de motor, com 510 cv.

O que houve de novo a partir de 2016

<daf.eu/BR>

 

Séries especiais: 90 anos (07/19), XF105 Silver (10/19), XF 10 Anos (09/23)





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