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ELKO | galeria

Motor multicombustível de baixo consumo, desenvolvido por Ludwig Elsbett na década de 70, na Alemanha. Tomando como base a tecnologia diesel, procedeu a uma série de adaptações na arquitetura do motor, a um só tempo conseguindo tornar mais eficiente a queima do combustível, operar a temperaturas mais elevadas, dispensar sistemas de refrigeração e reduzir as perdas de energia daí advindas. Eram unidades resistentes e de construção simples, com as seguintes características: bloco e cabeçote de ferro fundido; pistão com cabeça articulada (também de ferro fundido) e saia de alumínio; câmara de combustão escavada na cabeça do pistão; refrigeração por óleo lubrificante injetado sob os pistões; radiador para o lubrificante; turbocompressor com intercooler; e uma bomba injetora de combustível por cilindro. O regime de alta pressão e a elevada temperatura de operação permitiam queimar qualquer tipo de óleo combustível, ainda que pouco refinados e com impurezas, e em qualquer proporção de mistura. A queima era completa, o que, por sua vez, reduzia ao mínimo as emissões.

O primeiro motor Elko chegou ao Brasil em 1986, pelas mãos da Puma, que buscava uma alternativa de motorização para seus utilitários. A novidade acabou por interessar ao Grupo Garavelo, que na época congregava 24 empresas, dentre elas uma usina de extração de óleo de mamona. Em 1987, a Elsbett AG (proprietária da tecnologia) firmou acordo com a Garavelo concedendo-lhe direito exclusivo de fabricação dos motores Elko no Brasil e sua comercialização na América Latina. A Garavelo imediatamente iniciou o teste de unidades com três cilindros e 1.453 cm3, com elas equipando uma Kombi VW e um Chevrolet Chevy. Até o final de 1989 a empresa pretendia estar devidamente instalada na Região Metropolitana de São Paulo para iniciar a produção. Tal não ocorreu e o contrato foi rompido pela Elsbett por descumprimento de prazos.

Em 1991 estourou a Guerra do Golfo e teve início o chamado Terceiro Choque do Petróleo. Como é costume acontecer em situações semelhantes, logo se imaginou criar amplo programa energético para o país, dessa vez visando à substituição do óleo diesel, tomando-se a tecnologia Elko como base para a conversão de motores diesel em unidades para queima de óleo vegetal. Foi criado um Instituto Empresarial Pró-Óleo, que se prontificou a importar 200 motores para difusão, e a Elsbett lançou-se à busca de candidatos à produção local (previa-se a fabricação de modelos com um e três cilindros, prioritariamente para aplicação rural, em utilitários e serviços estacionários). Quando a crise do petróleo arrefeceu, o Pró-Óleo foi abandonado. Nenhum motor Elko chegou a ser produzido no país.

Quanto à Elsbett alemã, continua em operação como empresa especializada na tecnologia de conversão de motores para o uso de óleos vegetais.





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