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Heve (sigla de Herculano Veículos) era a marca dos carros de competição construídos no Rio de Janeiro (RJ), entre as décadas de 60 e 70, pelo mecânico português António Herculano Ferreirinha de Oliveira e seu irmão Manoel. Os dois preparavam automóveis desde o início dos anos 60, e em 1967 colaboraram com Ricardo Achcar na construção do seu “Patinho Feio”. Ferreirinha passou o ano de 1969 na Inglaterra, apoiando pilotos brasileiros que tentavam carreira na Fórmula 3. Ao voltar para o Brasil, decidiu criar com o irmão seus próprios carros – Fórmulas-Vê e principalmente protótipos, que fariam história no automobilismo brasileiro da primeira metade da década de 70.

Construiu cerca de 20 protótipos, sempre com chassi tubular (copiado do Lola T200), carenagem de chapas de alumínio, eixo dianteiro Volkswagen, caixa Puma e motor VW refrigerado a ar, com cilindrada elevada para até dois litros – o limite permitido pela categoria –, dele chegando a obter 165 cv de potência. O primeiro campeonato brasileiro de protótipos (Campeonato Brasileiro de Viaturas Esporte Nacional) foi organizado em 1971, ainda aceitando carros com mecânica importada: a Heve compareceu com seus modelos P3 e P4 (dos quais foram montadas, respectivamente, uma e três unidades). Em 1972 a CBA criou a Divisão 4, com o objetivo de viabilizar os protótipos nacionais (obrigatoriamente utilizando chassis e motores fabricados no país) e habilitá-los a disputar o Campeonato Mundial de Marcas.

Para participar da temporada 72 a Heve projetou o P5 (sete exemplares construídos). Na primeira prova nacional, disputada em maio, em Tarumã (RS), um carro da Heve chegou em segundo, pelas mãos de Maurício Chulam, que venceu as demais provas e sagrou-se campeão brasileiro. Em 1973 a Divisão 4 foi subdividida em duas categorias: A, até 2000 cm3, e B, acima desta cilindrada. Novo carro foi preparado – o P6. A partir daí, até a extinção da divisão 4, em 1976, o Heve P6 dominou a categoria A, com Chulam conquistando os campeonatos de 73 (a partir do meio do ano já na histórica Equipe Hollywood), 74 e 75.

A partir da mecânica Volkswagen, a Heve também fabricou monopostos para Fórmula Vê, Super-Vê e Fórmula 2 (neste caso com motor Passat), com chassi tubular e suspensão por quadriláteros deformáveis e molas helicoidais, porém sem obter vitórias significativas. Acompanhando a evolução do automobilismo nacional, a Heve continuou criando novos carros, construindo modelos para as Fórmulas Ford e Fiat.





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