> LADA

LADA | galeria

Um dos produtos da Autovaz, ao longo das últimas décadas do século XX o maior fabricante de automóveis da União Soviética. Lada foi a primeira marca estrangeira a desembarcar no Brasil, no início dos anos 90, ao ser liberada a importação de veículos pelo governo Collor. Os primeiros automóveis Lada foram produzidos em 1970, sob licença da Fiat italiana, que também forneceu tecnologia para a construção e operação da imensa planta industrial da Autovaz, levantada em Togliattigrad.

Com preços muito atraentes, quatro modelos chegaram ao Brasil: sedã e caminhonete Lada, hatch Samara e o utilitário Niva (lançado em 1978). Todos eles, entretanto, além da defasagem tecnológica, viriam a apresentar baixíssimo nível de qualidade, tanto na montagem dos componentes como nos materiais e acabamentos. Ainda assim, apesar dos defeitos de fabricação, a originalidade do Niva despertou interesse – e até hoje o jipe tem fãs entusiasmados entre os praticantes de off-road. Equipado com tração total permanente, carroceria de aço fechada e suspensão por molas helicoidais, era um carro confortável (dentro das limitações da categoria), de preço baixo e com ótimas características para operação fora de estrada. Caso fosse objeto de maior cuidado na produção, poderia ter sido excelente alternativa de mercado no segmento 4×4.

Este potencial motivou por quatro vezes, pelo menos, investidores brasileiros a buscarem fabricar o Niva no país – nenhuma delas com sucesso. A primeira vez, em 1998, por iniciativa dos empregados responsáveis pela massa falida da fábrica de tratores CBT, em São Carlos (SP), como tentativa de reerguer a empresa. A segunda, dois anos depois, como proposta de um grupo de empresários da região Centro-Oeste, que através da empresa LMotors pretendeu instalar uma planta com capacidade para 16 mil unidades/ano (quatro mil nos primeiros 12 meses, a partir de junho de 2001); o carro, que receberia o nome Paranoá e seria produzido em três versões 4×4 (“jipe”, picape e furgão), começaria com 40% de nacionalização. A planta industrial, inicialmente prevista para Brasília (DF), acabou sendo redirecionada para Cariacica (ES), por força dos incentivos fiscais oferecidos pelas autoridades capixabas.

Em maio de 2003 foi ressuscitada a proposta de aproveitar a fábrica desativada de São Carlos: conforme noticiou o diário russo Pravda, representantes da Niva “estiveram na sede do governo de São Paulo para assinar um documento que irá abrir a antiga fábrica da CBT, para produzir 30.000 unidades por ano“. A quarta tentativa, por fim, partiu do grupo CAOA (que anos depois construiria a primeira linha de produção brasileira da Hyundai), que anunciou o interesse em montar o utilitário em Recife (PE), com início de produção em 2005. Nenhuma das iniciativas avançou além das primeiras consultas à Autovaz. O Niva acabou sendo montado no Uruguai, com motor diesel Peugeot argentino e componentes de diversas origens; com o nome Diva, algumas unidades chegaram a ser exportadas para o Brasil.





GmailFacebookTwitter