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LIEBHERR | galeria

Fundada em 1949, a alemã Liebherr (lê-se líb-rrer) é hoje um dos maiores fabricantes europeus de máquinas de construção, também operando na produção de componentes aeronáuticos e aparelhos de refrigeração. Com instalações industriais em 13 países, inaugurou sua filial brasileira em 1974, em Guaratinguetá (SP), onde deu início à produção de pórticos móveis e guindastes para portos, estaleiros e navios, fixos e sobre trilhos, além de gruas para construção civil. Três anos depois já fabricava guindastes de bordo para 100 t, os maiores até então construídos na América do Sul. Em complemento, sob encomenda montava estruturas metálicas e realizava trabalhos de usinagem e caldeiraria. No início da década seguinte passou a fornecer guindastes de bordo para plataformas de petróleo, exportando 30% da produção, inclusive para a Alemanha.

Em 1984 a empresa deu um passo decisivo em direção à consolidação, ao reduzir sua dependência do setor marítimo-portuário e produzir no país suas primeiras máquinas pesadas para construção e mineração, as escavadeiras hidráulicas sobre esteiras R 991 (diesel) e R 991E (elétrica), de 160 t, com índices de nacionalização de 90% (em peso e valor). Aceitando caçambas de até 11,5 m³ (15 jd³), foram as primeiras desse porte aqui fabricadas. Também foram os primeiros veículos brasileiros equipados com transmissão hidrostática, tecnologia hoje vulgarizada, na qual a Liebherr foi pioneira mundial. (Frente aos sistemas mecânicos e hidrodinâmicos, o acionamento hidrostático oferece maior eficiência energética, mais suavidade na operação, menor desgaste e reduzida manutenção.)

Seguindo a linha de atuação voltada para a mineração, dois outros tipos de máquinas foram nacionalizados em 1985: a grande escavadeira de arraste (dragline) HS 870 e o trator de esteiras PR 751, de 45 t. Este, equipado com motor Cummins de 335 cv (importado) e transmissão hidrostática, foi lançado com 65% de componentes nacionais, em peso (60% em valor). Em 1988 a empresa iniciou a produção de betoneiras para caminhões, item na qual é hoje líder nacional, já tendo fornecido mais de 12 mil unidades para o Brasil e América Latina.

Em 1989, além de apresentar novos modelos de escavadeiras pesadas – R 982 B (80 t, motor Cummins de 382 cv) e R 974 (85 t, 360 cv) – a Liebherr inaugurou a linha de escavadeiras médias, com o modelo R 942 (30,6 t, 204 cv). O índice de nacionalização médio dos três equipamentos, em valor, alcançava 89%. Naquele ano a empresa iniciou a fabricação de seu primeiro equipamento de produção seriada e um dos mais bem sucedidos, as betoneiras sobre caminhão.

A década de 90 chegou com a liberalização da economia e abertura das importações, bandeiras do governo Collor, em detrimento de ações de planejamento e diretrizes políticas para o desenvolvimento industrial. No setor de bens de capital o impacto foi imediato, com forte desindustrialização, as empresas estrangeiras preferindo trazer do exterior componentes ou produtos prontos a incrementar o conteúdo nacional. A Liebherr retirou de linha o trator de esteira e as escavadeiras hidráulicas pesadas e reduziu drasticamente os índices de nacionalização das poucas máquinas que permaneceram em produção (o índice da escavadeira R 942 foi reduzido quase à metade: de 89,6%, para cerca de 50%). Somente na virada do século a situação começaria a ser revertida, com novos lançamentos e índices mais elevados.

Em 2001 a empresa apresentou sua primeira pá carregadeira nacional, o modelo L 580, de 24,7 t, trazendo o que havia de mais atual em eletrônica embarcada. Com 268 cv, tração nas quatro rodas, transmissão hidrostática, caixa automática de três marchas com reversor, caçamba para 5 m³ e cabine pressurizada, dispunha de direção sensível à carga e controles de deslocamento e operação dos implementos por joystick. Logo a seguir foi lançada a escavadeira hidráulica sobre pneus A 924, de 25 t, com 152 cv. A política de nacionalização das escavadeiras sobre esteiras foi retomada, de modo a alcançar o índice mínimo de 60% exigido pela Finame.

A linha de escavadeiras da empresa, então renovada, compreendia os modelos R 944, 954 e 964 C (pesos de 39,4 a 79,6 t e potências de 258 a 434 cv); foi ainda introduzido mais uma versão sobre pneus – A 944 B, lançada na feira M&T 06. Foi também em 2006 que a Liebherr completou seu caminho de volta à década de 80, fazendo retornar ao país a construção de escavadeiras extrapesadas para mineração. O modelo escolhido foi o R 994, de 229 t, com motor de 1.273 cv (importado) e caçamba de 13 m³ com alcance (na função retro) de até 15,5 m. Todos os modelos de escavadeiras dispunham do sistema eletrônico Litronic de monitoramento e controle de funções.

Ao se iniciar a década de 10 a linha da Liebherr contaria com mais três máquinas nacionalizadas: duas versões mais leves de pás carregadeiras – L 538 (12,7 t e 142 cv) e L 556 (17,4 t e 200 cv) – e uma, mais pesada, de escavadeira hidráulica – R 974 C (91,5 t e 544 cv).

Hoje, a planta brasileira da Liebherr, além de suprir o mercado sul-americano com escavadeiras hidráulicas sobre esteiras e pneus, pás carregadeiras e betoneiras, foi escolhida como centro mundial para fabricação da escavadeira R 994 e fornecimento de peças de caldeiraria. Junto à fábrica de Guaratinguetá, em 2006 a matriz construiu mais uma unidade, onde instalou a Liebherr Aerospace Brasil, destinada à produção de componentes aeronáuticos para a Embraer. Em 2011 foi inaugurada uma planta exclusiva para a fabricação de betoneiras, item do qual o Brasil é hoje o maior produtor do Grupo e maior fabricante da América Latina.

<liebherr.com.br>

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