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PICAPE RAMPAGE (II)

A primeira RAM nacional em detalhe

setembro 2023

Ao encerrarmos a última edição de LEXICAR, a picape Rampage mal começara a ser desvendada. Ainda assim, por representar uma das principais notícias do trimestre, o lançamento foi devidamente divulgado na página de abertura de nosso portal, em curta matéria, acompanhado de imagens sintéticas e escassos dados técnicos. Duas semanas depois a Stellantis mostrou o carro de corpo inteiro, e é o que também faremos para você a partir de agora.

Primeiro modelo RAM projetado e produzido fora dos EUA, a picape Rampage foi desenvolvida no Brasil tendo como base a plataforma da Toro. Pesando quase duas toneladas, é picape de pequeno porte para os padrões da RAM norte-americana: 2,99 m de distância entre eixos, 1,88 m de largura, 1,78 m de altura, cinco metros de comprimento (tal como a Toro), 26,4 cm de vão livre para o solo e caçamba com 980 litros de volume. A capacidade de carga é de 1.105 kg na versão a diesel e 750 kg a gasolina.

Cabine-dupla de quatro portas e estrutura monobloco composta por 86% de aços de alta e ultra-alta resistência, traz suspensão totalmente independente (McPherson na dianteira e multilink na traseira), câmbio automático de nove marchas, tração 4×4 com reduzida, freios a disco ventilados nas quatro rodas e direção com assistência elétrica.

São dois os motores disponíveis, ambos turbo com quatro cilindros e 16 válvulas: Hurricane a gasolina (1.995 cm3 e 272 cv, com bloco e cabeçote de alumínio, duplo comando variável de válvulas e injeção direta – importado dos EUA e o mesmo utilizado no Jeep Wrangler) e o Multijet Diesel já utilizado pela Jeeep e Fiat Toro (1.956 cm3 e 170 cv).

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RAM Rebel e R/T.

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A picape foi lançada em três versões – Rebel, Laramie e R/T (Road & Track) – cada uma com seu próprio visual. É o seguinte seu conteúdo de série:

Rebel (diesel ou a gasolina): grade, arcos das rodas e para-choques em preto fosco, sete airbags, ar-condicionado digital de duas zonas com saídas para o banco traseiro, quadro de instrumentos digital com tela de 10,3″, central multimídia com tela de 12,3″, plataforma de serviços conectados Ram Connect, volante multifuncional com ajuste de inclinação e profundidade, freio de estacionamento eletrônico com Auto Hold, assistente de partida em rampa, assistente para descida de vertentes íngremes, controle de velocidade adaptativo, monitoramento de pontos cegos, controle de permanência na faixa de rodagem, alerta de colisão frontal e detecção de pedestres e ciclistas com frenagem autônoma, partida remota na chave, sensores crepuscular e de chuva, retrovisores externos com rebatimento elétrico, faróis, lanternas e iluminação da caçamba de led, tampa da caçamba com abertura elétrica e amortecimento, banco do motorista com ajustes elétricos, revestimento interno em couro, carregamento de celular por indução, rodas de 17″ e pneus All Terrain. Quando equipado com motor a gasolina, ainda agrega escapamento duplo e modo Sport de desempenho.

Laramie (diesel ou a gasolina) recebe grade, acabamentos esternos e para-choque traseiro cromados e ainda inclui revestimento interno de couro marrom e rodas de 18″, além de escapamento duplo e modo Sport, quando com motor a gasolina.

R/T (somente a gasolina) traz arcos das rodas e para-choques na cor da carroceria, teto em preto, faixas decorativas em preto e vermelho no capô, além de suspensão mais firme e rebaixada em 10 mm, modo de desempenho R/T, revestimento interno em couro e suede com costuras vermelhas, escapamento duplo esportivo e rodas de 19″ em preto brilhante.

Todas as versões têm, como opcional, o pacote Elite, que inclui luz ambiente em led, som premium com dez alto-falantes e banco do passageiro com ajustes elétricos. Além desse, estarão disponíveis mais de 35 acessórios Mopar especialmente projetados para a picape, tais como estribos elétricos (inéditos no país), santantônio, capota marítima rígida (elétrica ou manual) ou de lona, engate para reboque, soleira para portas e divisor modular de caçamba.

A Rampage terá garantia geral de três anos.

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RAM Laramie.

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NOVAS PLATAFORMAS STELLANTIS

Quatro propostas elétricas para suas marcas latino-americanas


Diante da miríade de soluções que vem sendo proposta na corrida mundial pela descarbonização, a Stellantis latino-americana optou pela mais simples, imediata e de menor custo, e a única capaz de aproveitar o imenso potencial bioenergético brasileiro: o veículo híbrido com motor flex.

Com foco na nacionalização de tecnologias de tração elétrica combinadas com etanol e na maximização de utilização de insumos, componentes, inteligência e indústrias locais, em 2022 o centro tecnológico do Grupo na América Latina deu partida no programa Bio-Electro, que desembocou no desenvolvimento e construção de quatro diferentes protótipos – três híbridos a álcool e um 100% elétrico.

Utilizando plataformas de série da empresa, os quatro protótipos foram apresentados juntos, em julho, na fábrica Fiat de Betim. Na oportunidade, o presidente do Grupo para a América do Sul sintetizou os princípios que nortearam o projeto: “O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos. (…) Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, mas queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores e desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil. (…) É uma oportunidade de reindustrialização e de reconfiguração da indústria nacional de autopeças, que é diversificada, complexa e muito importante para a economia brasileira”.

É a seguinte a caracterização das quatro plataformas, segundo press-release fornecido pela Stellantis.

Bio-Hybrid: traz como elemento um novo dispositivo elétrico multifuncional, que substitui o alternador e o motor de partida. Trata-se de equipamento capaz de fornecer energia mecânica e elétrica, que tanto gera torque adicional para o motor térmico do veículo quanto gera energia elétrica para carregar a bateria adicional de Lítio-Íon de 12 Volts, que opera paralelamente ao sistema elétrico convencional do veículo. O sistema gera potência de até 3kW [4 cv], garantindo melhor performance ao automóvel e redução de consumo de combustível.

(Na prática, a proposta tem efeito ambiental limitado, já que a energia elétrica substitui apenas alternador e motor de arranque, proporcionando o acionamento mecânico sem queima de combustível por tempo reduzido durante e após a partida.)

Bio-Hybrid e-DCT: conta com o serviço de dois motores elétricos. O primeiro deles é o que substitui o alternador e o motor de partida. Adicionalmente, outro motor elétrico de maiores proporções é acoplado à transmissão. Uma bateria de Lítio-Íon de 48 Volts dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. Uma gestão eletrônica controla a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.

(Solução já adotada pela Toyota no Cross Hybrid. É também parcial, já que o acionamento mecânico com queima de combustível é apenas complementado por pequeno motor elétrico com potência entre 3 e 16 kW que, acoplado ao câmbio, adiciona torque na partida e durante as acelerações.)

Bio-Hybrid Plug-in: conta com bateria de Lítio-Íon de 380 Volts, recarregada através de sistema de regeneração nas desacelerações, alimentada pelo motor térmico do veículo ou, por fim, através de fonte de alimentação externa elétrica (plug-in). A arquitetura conta ainda com motor elétrico que entrega potência diretamente para as rodas do carro. O sistema gerencia operação entre modo térmico, modo elétrico ou híbrido otimizando eficiência e economia.

(Este é o sistema híbrido tradicional, ainda dotado de motor a combustão, porém com recarga da bateria por fonte externa e onde toda a tração mecânica pode ser integralmente obtida pelos motores elétricos – no caso, uma unidade de 44 kw/60 cv acoplada ao eixo traseiro.)

BEV (100% Elétrica): totalmente impulsionada por um motor elétrico de alta tensão alimentado por uma bateria recarregável de 400 Volts, por meio de sistema de regeneração ou através de plug-in. A arquitetura oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas. O sistema possui sonoridade customizável e conta com desempenho, mesmo a baixas velocidades.

(Equipado com motor de 90 kW/122 cv e com bateria de alta tensão recarregável nas desacelerações e frenagens e por meio de fonte externa.)

É intenção da Stellantis já em 2024 equipar pelo menos dois modelos Fiat, Citroën, Peugeot e/ou Jeep produzidos no Brasil e Argentina com uma das soluções propostas. A empresa, contudo, não considera a solução híbrida como definitiva, mas como uma “rota de transição” para o carro 100% elétrico, muito mais caros do que os veículos a combustão. Instituir uma fase intermediária – de transição – seria especialmente interessante para o Brasil que, ao contrário do restante do mundo, já dispõe do etanol como solução parcial: assim, enquanto o País cruza o período de transição com soluções híbridas, permitindo o acesso de maiores faixas do mercado consumidor a tecnologias de baixa emissão, a massificação da tecnologia 100% elétrica nas nações ricas gradualmente reduziria custos e abriria caminho para também o Brasil aderir à solução, já então criando escala para a produção local de componentes e sistemas eletro-eletrônicos, e desta forma permitindo fornecer veículos a preços compatíveis com a capacidade de compra da população.

Em seu informativo oficial a Stellantis conclui: “Não se trata, portanto, de contrapor descarbonização e eletrificação. A descarbonização é o resultado desejado e necessário da reinvenção da mobilidade já em curso, enquanto a eletrificação é um dos caminhos para se alcançar a descarbonização da propulsão. O uso do etanol combinado com eletrificação é o caminho mais rápido e viável do ponto de vista social, econômico e ambiental para uma crescente eletrificação da frota brasileira”.

Para 2030 é objetivo do Grupo já ter eletrificado mais de 20% da produção brasileira, ano em que uma de suas marcas deverá lançar o primeiro modelo 100% nacional.

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Plataformas Bio-Hybrid e Bio-Hybrid e-DCT.

     

Plataformas Bio-Hybrid Plug-in e BEV 100% elétrica.

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