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Marca comercial da Tecnogeral, tradicional fabricante brasileiro de móveis metálicos e para escritório, fundada em São Paulo (SP) pelo imigrante italiano Aldo Magnelli. Por três vezes os caminhos da empresa e da indústria brasileira de veículos se cruzaram de forma inesperada e criativa. Sua primeira intervenção no setor se deu ainda à época da fundação, em 1942, em plena II Guerra Mundial, quando iniciou a fabricação seriada de aparelhos de gasogênio.

Na época, afetados pelas crescentes restrições ao fornecimento de derivados de petróleo, prioritariamente direcionado para o esforço de guerra, os mais diferentes países adotaram o gasogênio como solução para a movimentação de frotas públicas e privadas. Sistema de produção de gás combustível pobre a partir da queima de lenha, se tratava de equipamento de tecnologia simples e de fácil construção, tendo sido inúmeros os casos de aparelhos de fabricação caseira surgidos no Brasil e no exterior. Volumosos e antiestéticos, eram usualmente instalados na traseira dos veículos, substituindo integralmente a gasolina, porém com rendimento até 60% pior. Foi esta solução tecnicamente primária que logrou manter em operação grande parte do transporte rodoviário brasileiro no período mais grave do conflito. Deles a Securit fabricou mais de quatro mil unidades. (Até mesmo Ford e General Motors produziram o equipamento em suas fábricas paulistas.)

Muitos anos depois, em 1979, em conseqüência da crise mundial do petróleo, a Securit ressuscitou o projeto, atualizando-o e chegando a lançá-lo comercialmente dois anos depois. Além de melhorar a eficiência quando aplicados a motores Otto, elevando para 70% o rendimento da combustão com relação ao funcionamento a gasolina, a empresa também desenvolveu um modelo para motores de ciclo Diesel, com a participação do IPT e colaboração da Perkins e Massey-Ferguson, que cederam motores e tratores para testes. Era seu objetivo prioritário, no caso, suprir a área rural, onde fazendeiros e sitiantes poderiam produzir seu próprio carvão e com eles alimentar tratores, caminhões, geradores e máquinas de beneficiamento em geral. Para esses motores, porém, a substituição não era completa, exigindo-se cerca de 15% de diesel para dar início à combustão e elevar o rendimento. A autonomia máxima era de 150 km.

Para qualquer que fosse o motor utilizado, contudo, eram evidentes as limitações do gasogênio: peso e volume do equipamento, limitação de estoque de carvão no veículo, necessidade freqüente de recarga e retirada de cinzas, problemas ecológicos graves na produção do carvão (poluição e desmatamento de difícil controle). Todos estes problemas, aliados ao sucesso do Proálcool, eliminaram qualquer chance de sucesso do uso do gas pobre como combustível veicular.

A participação de maior significado histórico da Securit na trajetória da indústria automobilística brasileira ocorreu, porém, entre as décadas de 50 e 60, quando forneceu chassi e carroceria do primeiro automóvel nacional – o Romi-Isetta. Fabricado entre 1956 e 1961, o carrinho teve todas as suas 3.150 carrocerias estampadas, montadas e pintadas pela Securit. A empresa também supriu a Simca e a Willys  com peças estampadas e conjuntos montados, tais como carrocerias para o Jeep e caçambas para a Pick-Up Willys (posteriormente Ford F-75).





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