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SIDCAR | galeria

Uma das mais ativas transformadoras de picapes das décadas de 80 e 90, a Sidcar (originalmente Sid-Car) foi criada em 1972, em Mogi das Cruzes (SP), como oficina de lanternagem e pintura de automóveis. Em 1981, com a expansão do modismo das cabines-duplas, a empresa passou à nova atividade com grande sucesso, em dez anos alcançando a marca de 5.000 veículos transformados.  Desde o início a Sidcar trabalhou com picapes Ford e Chevrolet (ainda que esta possuísse cabines-duplas “de fábrica”), denominando os modelos delas derivados respectivamente Oregon e Montana (mais tarde Indiana). A empresa foi bastante conservadora em suas primeiras criações, mantendo inalteradas a linha de cintura e a dimensão das janelas, em coerência com o veículo original e sem alterar seu estilo, no máximo se permitindo agregar nova grade aos modelos Ford. A extensão era executada em chapas de aço e recebia tratamento contra ferrugem; o acabamento e a pintura eram cuidadosos, dando a empresa garantia de dois anos para os serviços.

Em 1984, seguindo a moda vigente, as picapes com janelas “panorâmicas” já dominavam a produção. A oferta de acessórios e equipamentos era diversificada: ar condicionado, poltronas giratórias, bancos traseiros conversíveis em cama, forração em couro, vidros elétricos, guincho, quebra-mato, rodas de liga, tampão de fibra para a caçamba. Aproveitando o crescimento quase explosivo do mercado daqueles anos, a Sidcar tratou de diversificar a linha de produtos (disponibilizados apenas com duas portas), passando a converter caminhões e picapes leves em cabines-duplas e picapes médias em caminhonetes. Estas, denominadas Dallas, possuíam teto elevado em dois níveis, opção de duas ou três janelas laterais e bagageiro com escada traseira de acesso. No final de 1987 foi agregado o modelo Nevada, caminhonete curta ao estilo blazer, com janela única e fixa na lateral traseira.

A Sidcar foi uma das raras empresas do setor a conseguirem suportar o baque do Plano Collor e da abertura do mercado às importações. Sua qualificação técnica foi reconhecida pelo Inmetro, que em 1992 lhe conferiu um dos primeiros certificados de conformidade do país no segmento de transformações. Naquele mesmo ano, aproveitando o ensejo da renovação da linha de utilitários Ford, a empresa redesenhou o modelo Dallas, dando ao veículo traços mais discretos e equilibrados. Como forma de enfrentar a recessão, passou a investir mais fortemente na transformação de caminhões, onde ainda tinha atuação marginal. Tendo como maior clientela empresas prestadoras de serviços públicos, construía quatro versões de cabines para qualquer marca e modelo de caminhão nacional: alongadas (chamadas “semi-duplas”) e duplas com duas, três ou quatro portas. Apesar do novo mercado já então representar parcela significativa de seu faturamento, o volume de negócios não foi contudo suficiente para manter a empresa em operação, levando-a a encerrar as atividades antes da passagem do século.





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