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Quando a Brasinca decidiu suspender a fabricação da berlineta 4200 GT, em 1966, o projeto foi adquirido pela STV – Sociedade Técnica de Veículos Ltda., de São Paulo (SP), empresa criada por Rigoberto Soler (responsável pela concepção do carro), pelo piloto Walter Hahn Jr. e por Pedro dos Reis Andrade. Doze carros inacabados e diversos componentes foram recebidos da Brasinca, que permaneceria fornecedora das partes estampadas do chassi e da carroceria. O GT foi então relançado com o nome Uirapuru.

A nova empresa retomou as opções mais esportivas, com algumas melhorias mecânicas, agora chamadas S e SS. Novos carburadores, taxa de compressão incrementada e comando de válvulas importados permitiram elevar a potência para 171 e 177 cv (versões S e SS, respectivamente). Todos os modelos passaram a ser opcionalmente oferecidos com caixa de quatro marchas, freios a disco assistidos e ar condicionado. Foi também criada uma escuderia de fábrica para dar suporte à participação da marca em competições esportivas.

No V Salão do Automóvel, no final daquele ano, além de um novo painel de instrumentos, a versão básica do Uirapuru ganhou mais sete cavalos (passando a 162 cv). No mesmo evento foram lançados um conversível (com projeto pronto desde os tempos da Brasinca) e o inesperado Gavião, furgão de alto desempenho preparado para a Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo. O conversível, que dispensou os pisca-pisca dianteiros do cupê, antes montados nos para-lamas, recebeu faróis retangulares – “na moda”, porém mal harmonizados com as linhas da dianteira, que ficou excessivamente pesada. Em lugar da usual grade com frisos de alumínio, o exemplar do Salão ganhou uma tela de arame cromada, não adotada nos modelos comercializados.

O Gavião (inicialmente denominado RR-1), equipado com a mecânica do SS, tinha capacidade para quatro passageiros, ou três mais uma maca para o transporte de feridos. Foi projetado para receber rádio transmissor-receptor, equipamento de combate a incêndio, alto-falantes, radar, filmadora 16 mm, vidros à prova de bala e – bem ao estilo do Agente 007 – duas metralhadoras automáticas embutidas na grade, ao lado dos faróis.

A produção almejada pela STV, de 20 unidades por mês para os três modelos do Uirapuru, jamais se confirmou, e já em 1967 a empresa suspendia a fabricação. Ao todo, considerada a fase inicial da Brasinca, foram construídos 76 exemplares do esportivo (em parte sob a forma de kits), incluídos os três únicos conversíveis e o protótipo do Gavião.





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