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Fundada em dezembro de 1943, a Torque S.A. foi importante fabricante brasileiro de equipamentos para elevação e transporte de cargas industriais. A empresa foi instalada em Araras (SP), projetando diversificada linha de bens de capital fornecidos sob encomenda, na maior parte dos casos com tecnologia própria. Nas décadas de 70 e 80, seu período de maior florescimento, chegou a dispor de equipe de mais de 200 projetistas, não dispensando, porém, a aquisição de conhecimento especializado junto a grandes fabricantes estrangeiros, tais como a japonesa Sumitomo e a Takraf, da então República Democrática Alemã, para a construção de guindastes portuários.

A linha industrial incluía filtros eletrostáticos, eletroímãs, máquinas para metalurgia e siderurgia, transportadores de canecas, esteiras transportadoras para mineração e pórticos e pontes rolantes (em 1975 já fornecera unidades com 28 m de largura e 80 t de capacidade). Também foi para uma siderúrgica que a Torque construiu a (então) maior grua do mundo, com 145 m de altura, lança de 82 m e capacidade máxima de içamento de 3.000 t. A despeito do fornecimento para indústrias e estaleiros, o foco principal da Torque se voltou para a produção de equipamentos portuários, dos quais se tornou um dos poucos fornecedores de capital nacional.

Nas áreas marítima e portuária, além de guindastes para navios e unidades fixas ou sobre trilhos para beira de cais, fabricava sistemas para movimentação de granéis sólidos, transportadores pneumáticos (sugadores), pórticos para contêineres e alguns equipamentos autopropelidos. Introduzidos em meados dos anos 80, tinham projeto próprio e construção 100% nacional. Eram quatro máquinas especializadas para o manuseio de containers em pátio, todas com capacidade para 37 t: pórtico sobre pneus, empilhadeira lateral e empilhadeira frontal em duas versões, com spreader e garfos (a máquina também se adequava ao uso industrial e à carga geral). As três empilhadeiras tinham as mesmas características mecânicas: motor Scania de 215 cv, transmissão semi-automática, conversor de torque, direção hidrostática e freios pneumáticos (tambor nas rodas e disco na entrada do diferencial). Também produziu gruas e guindastes hidráulicos sob licença da britânica Jones, o primeiro deles o modelo 355, para 19,2 t.

Em 1992, com a abertura das importações e a retração econômica, a Torque se preparou para estrear em segmento totalmente diverso, tornando-se operadora de transporte fluvial de cargas. Adquiriu grande área em Pederneiras (SP), às margens do rio Tietê, e ali inaugurou um estaleiro para barcaças e empurradores fluviais em 1994 e um terminal graneleiro, três anos depois. A partir dessa infra-estrutura, reunida em torno da empresa DNP Indústria e Navegação Ltda., se tornaria a maior transportadora de soja da hidrovia Tietê-Paraná. A atuação como operador de transportes levou ao abandono progressivo das atividades industriais, definitivamente encerradas na primeira década do novo século.





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