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A empresa teve origem na J I Case, fundada em 1842 nos EUA. Inicialmente fabricando debulhadoras, a partir de 1869 também passou a produzir máquinas a vapor para a agricultura, das quais se tornou o maior fabricante mundial. Em 1912 entrou no negócio de equipamentos para construção de estradas. Em 1985 adquiriu a linha de produção de máquinas agrícolas da International Harvester (a partir daí comercializada sob a marca Case IH) e em 1994 passou também a construir escavadeiras hidráulicas, sob licença da japonesa Sumitomo. Entre 1967 e 1994 a J I Case esteve sob controle da Tenneco, grande corporação do setor de petróleo e gás, para finalmente unir-se à New Holland, em 1999, formando a gigante multinacional CNH.

Ainda que desde o final do século XIX exportasse seus tratores para o Brasil, apenas em 1958 a J I Case abriu uma subsidiária no país. Vivíamos a gestão do presidente Juscelino Kubitschek, em meio à realização de seu ambicioso Programa de Governo, que envolvia a abertura de estradas, a instalação de usinas hidrelétricas, a construção de Brasília e a implantação da indústria automotiva no Brasil. O dinamismo que se verificava em tantos setores da infra-estrutura certamente atraiu o interesse da J I Case, empresa cuja especialidade era a produção das máquinas que viabilizavam aquelas mesmas infra-estruturas. Em 1959, assim como outros 19 fabricantes estrangeiros, a empresa candidatou-se junto ao GEIA a instalar uma linha de fabricação de tratores agrícolas pesados no Brasil, com o compromisso de, segundo as regras estabelecidas, alcançar em três anos o índice de nacionalização de 95%. Seu projeto – um trator de 3,5 t com motor Perkins de 74 cv – foi um dos dez escolhidos pelo governo federal. A linha de produção seria localizada em São Carlos (SP), nas instalações das Indústrias Pereira Lopes S.A. (fabricantes dos refrigeradores Climax), a ela associando-se a J I Case, com 50% do investimento. A J I Case, entretanto, desistiu do empreendimento, tendo o GEIA então convocado para substituí-la a também norte-americana Oliver (CBT), cuja proposta havia sido anteriormente descartada.

O início: pás carregadeiras e retroescavadeiras

A instalação da empresa no país acabou sendo tardia: apenas em 1971, ao adquirir a Mestra – Máquinas para Estradas S.A. Indústria e Comércio, iniciou a produção local, não de tratores agrícolas, mas de equipamentos de construção.

A Mestra era uma empresa brasileira instalada em São Paulo (SP), dedicada à fabricação de equipamentos para construção pesada e pavimentação, tais como scrapers e caldeiras de asfalto rebocados e distribuidores de asfalto embarcados em caminhão. Em 1967 a empresa iniciou a montagem, sob licença, da pá-carregadeira Case W-7, máquina rígida de 6,7 t e tração nas quatro rodas, a ela agregando grande quantidade de componentes nacionais – cerca de 52%, em peso, incluindo o motor Perkins de seis cilindros e 142 cv. No início de 1969 foi aprovada pelo Governo Federal a proposta de completa nacionalização da máquina, a ele submetida pela Mestra, projeto concretizado em menos de dois anos, com design atualizado e novas articulações dos braços da caçamba, resultando em maior alcance. A W-7 alcançava 89% de conteúdo local em peso e 87% em valor.

Em junho de 1971, poucos meses após a apresentação da W-7 nacional, a Case adquiriu o controle da Mestra, transferindo a produção da máquina para sua fábrica, em São Bernardo do Campo (SP), logo ampliada para viabilizar a introdução em linha de novos equipamentos.

Já no início do ano seguinte a Case apresentou seu segundo produto brasileiro – a retroescavadeira 580, de 3,9 t, um simples trator sobre pneus com motor Perkins de quatro cilindros e 57 cv, câmbio automatizado de quatro marchas com conversor de torque, escavadeira traseira e pá-carregadeira à frente. Já apresentando elevado índice de nacionalização (93% em peso e 92% em valor), o equipamento se revelaria o carro-chefe da marca por várias décadas e é até hoje seu veículo mais vendido; após passar por diversas variantes e gerações (CKE, V, E, H, SH, L) e diferentes motores (MWM, Perkins e Cummins) não só permanece em catálogo como é líder de mercado na categoria.

Novidade mais ousada foi a seguinte. Antecipando-se à Clark, criadora da já então famosa mini-carregadeira Bobcat, em junho de 1972 a Case apresentou sua Uni-Loader 1537, de 2t, com motor Wisconsin de 37 cv, tração nas quatro rodas e direção por contra-rotação das rodas, permitindo-lhe girar 360o sobre si própria. No final de 1973 foi disponibilizada a versão diesel 1740, com 40 cv.

Em junho de 1974 foi iniciada a produção da segunda pá-carregadeira sobre pneus da marca – e a primeira articulada -, a W-20, de 9,5 t, com motor Mercedes-Benz de 104 cv, transmissão Power Shift com conversor de torque e caçamba com até 1,9 m3 de capacidade, seguida da também articulada W-24, com motor Scania de 140 cv e capacidades para até 3 m³. Diversos outros equipamentos Case eram vendidos no país, a maioria importada, levando a um balanço de divisas francamente negativo na primeira metade da década.

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Retroescavadeira 580 M, de 2007, descendente direta da segunda máquina produzida no país pela Case.

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Primeiro produto brasileiro da Case, as pás carregadeiras são até hoje seu equipamento mais vendido. Na imagem o modelo 621D, de 2005.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Esta situação só iria mudar a partir de 1977, com a inauguração de sua segunda fábrica no Brasil, desta vez em Sorocaba (SP), quando começou a investir mais fortemente na produção de tratores pesados e máquinas de construção. O primeiro lançamento da nova usina foi o 2470, o maior trator agrícola até então fabricado no país. Projetado para tracionar e levantar grandes implementos em trabalhos de aração e gradeação pesadas e em terrenos acidentados, o trator tinha direção e tração nas quatro rodas, 12 velocidades à frente e quatro a ré, motor Scania de 202 cv e uma ainda inédita cabine climatizada. Ainda em 1977 a linha de produtos receberia reforço adicional como resultado da aquisição, pela matriz, da Poclain francesa, inclusive de sua unidade brasileira; maior fabricante mundial de escavadeiras hidráulicas, seus produtos receberiam, a partir de então, a marca Case/Poclain.

Em 1985 foram lançados três novos modelos de pás carregadeiras: W-18, W-20B e W-36 (as duas primeiras em substituição à W-7E e à W-20), todas elas articuladas, com operador na dianteira e motor na traseira. As máquinas tinham caçambas com capacidades entre 1,2 e 3 m³ e conseguiam reduzido raio de giro (entre 5,4 e 6,4 m) graças ao ângulo de 40° permitido pela articulação. O modelo W 36 recebia motor Scania com 207 cv e transmissão automática; os dois outros modelos vinham com motores Mercedes-Benz (de 106 e 145 cv) e transmissão power shift de comando hidráulico. As três máquinas tinham tração integral, freios a disco nas quatro rodas, conversor de torque e direção hidrostática. Com o lançamento da linha W a J I Case abandonou a fabricação de tratores agrícolas (o setor então atravessava uma de suas crises cíclicas) e passou a concentrar a atuação na produção de máquinas de construção. Todos os sete modelos da marca (três deles Case/Poclain) eram exportados, inclusive para os EUA, conforme os termos do contrato Befiex firmado anos antes com o governo federal.

A pá Case W 36E, aperfeiçoamento da W 36, foi lançada em 1988. O trator passou a utilizar motor Cummins turboalimentado (8,3 litros e 195 cv) e teve diversos componentes reprojetados ou reforçados (cilindros e camisas, diferenciais, radiador, filtro de ar, silencioso). Também recebeu um inédito sistema de acionamento dos comandos hidráulicos por alavanca única, tipo joystick. Este foi um lançamento internacional da J I Case, tornando a fábrica brasileira fornecedora exclusiva do modelo para todo o mundo. Com a redução das restrições à importação derivada da política econômica liberal do governo Collor a J I Case retornou ao mercado de equipamentos agrícolas, agora trazendo tratores pesados dos EUA.

O retorno às máquinas agrícolas

Em agosto de 1997 a empresa aderiu ao Regime Automotivo brasileiro (flexibilização da importação de máquinas e componentes em troca do compromisso de nacionalização e posterior exportação dos produtos fabricados), logo dando início à expansão da fábrica de Sorocaba para a montagem de tratores agrícolas e colheitadeiras de grãos sob a marca Case IH. Na linha de equipamentos de construção, a retroescavadeira, então sob a denominação 580 L, sofreu profunda modernização, ganhando as mesmas características dos exemplares construídos no resto do mundo (a máquina foi “globalizada“, segundo a Case): capô em peça única, chassi em chapa dobrada, tanques laterais,  eixo dianteiro e braço da escavadeira fundidos e pára-lamas em material plástico. (A essa altura a 580 já era equipada com motores Cummins; vinha com cobertura para o operador e para-brisa e oferecia opção de tração nas quatro rodas.)

Em 1999 um novo negócio foi agregado à Case brasileira, resultado da aquisição, pela J I Case, do controle acionário da Brastoft, importante fabricante nacional de colhedeiras de cana e café. Aquele era o ano para o qual estava programada a inauguração da nova unidade paulista. Entretanto, em maio foi anunciada a bilionária fusão da J I Case com a New Holland, dando origem à CNH. Com isto foi suspenso o início de operação da nova unidade de Sorocaba enquanto eram ajustados, a nível mundial, os negócios do novo grupo, num processo que durou quase um ano.

Foram as seguintes as conseqüências da reestruturação para a Case do Brasil: manutenção da marca, sob duas divisões e com identidades próprias (Case Construction e Case IH Agriculture); encerramento da fábrica de Sorocaba; manutenção da unidade de Piracicaba (da Brastoft) para a fabricação conjunta de colheitadeiras Case e New Holland; utilização das plantas da FiatAllis em Contagem (MG), para a produção de equipamentos de construção, e em Curitiba (PR), para tratores agrícolas das duas marcas; ênfase da Case IH em produtos de alta tecnologia, rendimento e capacidade, voltando-se a New Holland para as faixas intermediárias do mercado; transformação do Brasil em base para o fornecimento mundial de alguns produtos (por exemplo, colheitadeiras de cana, a partir de 2004); aumento do índice de nacionalização; e implantação do conceito de plataformas comuns para as diversas famílias de produtos fabricadas no país.

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Colhedora de cana-de-açúcar Case A7700, projeto herdado da Brastoft (foto: LEXICAR).

Em novembro de 2000 começou a renovação da linha de pás carregadeiras com o lançamento do modelo 821 C (200 cv, peso operacional de 17,2 t), a ele seguindo-se, no ano seguinte, a 721 C (165 cv e 13,4 t); estas eram as duas pás mais pesadas fabricadas no país pela Case. A gama foi completada com a linha D, mais leve, composta dos modelos 521 D (lançado em 2001, simultaneamente no Brasil e nos EUA, com 118 cv e 9,7 t) e 621 D (de 2005, com 137 cv e 11,8 t). Equipadas com motores Cummins, as novas máquinas tinham novo design, com capô em peça única permitindo amplo acesso aos órgãos mecânicos, caixa com opção de operação automática ou semi-automática, controle eletrônico da transmissão e novo sistema de arrefecimento, com todos os radiadores (água, diesel, transmissão, óleo hidráulico, intercooler e ar condicionado) agrupados em um só local protegido atrás da cabine, refrigerado por ventilador com comando hidráulico e com opção de reversão do movimento, para a limpeza dos radiadores em ambientes de trabalho com grande quantidade de resíduos sólidos. A pá W 20E, simples e robusta – um best seller da Case (mais de 9.000 unidades fabricadas até 2004) –, continuou em produção, já então com cabine fechada opcional.

Diversificação da linha de equipamentos de construção

Em setembro de 2002 foi apresentada a primeira motoniveladora brasileira da marca, o modelo 845. Tratava-se de um lançamento mundial, cuja produção e fornecimento seriam concentrados na fábrica de Contagem. No projeto da máquina, acionada por motor Cummins de 150 ou 173 cv, deu-se especial atenção ao design (inclusive da cabine com grande visibilidade) e à facilitação das operações de manutenção corrente (capô de fibra de vidro em peça única permitindo livre acesso ao motor e sistema de diagnóstico de falhas). Segundo palavras da empresa, o novo produto marcava “o início de uma nova fase na trajetória da marca” e o “cumprimento das promessas de produtos globais“.

O programa de nacionalização dos equipamentos de construção Case teve seguimento, em 2005, com o lançamento da primeira escavadeira hidráulica da nova fase da empresa, o modelo CX 220, de tecnologia japonesa Sumitomo, com motor Cummins de 152 cv. Dotada de um sistema de gerenciamento eletrônico de todas as funções hidráulicas e com diversas opções de caçambas e braços (inclusive um de longo alcance, com 15,8 m), a máquina tinha ampla e confortável cabine climatizada, com sistema de amortecimento a óleo, grande área envidraçada e teto transparente com para-sol.

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Motoniveladora 845, de 2002, a primeira fabricada no Brasil pela Case.

As retroescavadeiras Case, líderes absolutas de mercado há anos e mais de 30 mil unidades produzidas, passaram por mais duas modernizações significativas, a primeira em 2002 (580 L série 3), quando ganhou duas versões – L e LS, respectivamente com motor aspirado de 77 cv e turbo de 88 cv – e teve retoques de design, braços da escavadeira em chapa soldada em vez de fundidos, painel de instrumentos mais completo, caçamba dianteira mais larga, sistema hidráulico redimensionado (LS) e cabine opcional. A segunda modernização de peso ocorreu em 2007, quando o modelo fez 50 anos de lançado nos EUA (580 M) e ganhou bombas e cilindros hidráulicos reforçados e nova cabine, mais ampla, com vidros curvos e opção de ar condicionado. Para comemorar o 50º aniversário foi preparada uma série especial, com as máquinas pintadas em preto e com rodas cromadas.

Em 2008 foram lançadas as pás-carregadeiras 721 E e 821 E, em substituição à Série D. Com elas foi introduzido um sistema eletrônico de seleção de desempenho, permitindo a escolha de três diferentes faixas de potência e quatro modos de trabalho, de acordo com as necessidades da operação.

No novo século, nova ênfase para as máquinas agrícolas

Em paralelo com a modernização e ampliação da linha de máquinas de construção Case a CNH investiu fortemente na penetração da marca no setor agrícola. O foco inicial foi a produção de novas colhedoras, aproveitando a existência de instalações adequadas, herdadas da Brastoft em Piracicaba. Logo em seguida a investida se voltou para a linha de tratores, havia anos ausentes de seu catálogo.

As primeiras novidades foram na linha de cana-de-açúcar, com o lançamento, em novembro de 2001, das colhedoras A 7000 (sobre pneus) e A 7700 (sobre esteiras), ambas com motor Cummins de 335 cv e transmissão hidrostática. As máquinas, que atingiam a produção de até 70 t/h, eram uma evolução da série 7000 da Brastoft, com melhorias nos sistemas mecânicos e nova cabine basculante, com melhor visibilidade, maior conforto e nível de ruído mais reduzido.

No mesmo ano foram nacionalizadas as colheitadeiras de grãos Axial Flow 2388 e 2399, com motor Cummins de 284 cv e transmissão hidrostática de três velocidades. (O “sistema axial” de colheita, desenvolvido 30 anos antes pela International, atua na fase da debulha e retirada da palha, podendo reduzir o percentual de perda de grãos a menos de 1%, “o menor do mercado“, segundo a empresa; esta foi a primeira vez que o modelo foi produzido fora dos EUA.) Fabricada em Curitiba, com índice de nacionalização de 70%, a Axial Flow 2388 conquistou o prêmio Gerdau Melhores da Terra 2006, na categoria Destaque Ouro, pelo seu desempenho na cultura do feijão. Mais tarde a linha seria atualizada, com a agregação da colheitadeira A4000, mais estreita, com motor Cummins de 170 cv, e o lançamento da série 8000 (A8000 e A8800), em substituição à serie 7000, modernizada e com maior potência, equipada com motor Scania de 330 cv ou Case de 358 cv.

Além dos equipamentos para a colheita de cana e grãos, a Case manteve em linha a colhedora de café A 2000, antes fabricada pela Brastoft, com a qual passou a deter cerca de 40% do mercado. Equipada com motor MWM de três cilindros e 55 cv e pistões hidráulicos nas três rodas, para manter-se nivelada, a máquina (hoje denominada Coffee Express CE 200) tem capacidade para colher até 150 sacas de 60 kg (ou 9 t) por hora.

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Colhedora de café 200, no Agrishow 2008 (foto: LEXICAR).

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Trator médio Farmall 120A, versão lançada no Agrishow de 2014.

 

 

 

 

 

 

 

 

A política de diversificação e nacionalização das colhedoras deu ótimos resultados para a empresa: liderança absoluta na área de cana-de-açúcar, com 65% do mercado, crescimento quatro vezes maior do que o setor, em 2002, e quase 50% maior, em 2003. Em 2007 a fábrica de Piracicaba atingiu a marca da 1.000 máquinas produzidas.

Ainda na linha agrícola, abril de 2002 foi a vez da apresentação, no Agrishow, da série de tratores pesados MX Magnum, direcionada para grandes produtores rurais com alto índice de mecanização. Fabricados na unidade de Curitiba com 70% de nacionalização, os tratores foram projetados para operar os mais pesados implementos. Disponíveis com três opções de potência (220, 240 ou 270 cv), obtidas do mesmo motor Cummins de 8,3 l turbo com aftercooler, os Magnum vinham com câmbio eletro-hidráulico de acionamento por teclas com 18 marchas à frente e quatro a ré, freios a disco banhados em óleo, computador de bordo e cabine climatizada, podendo ser também equipados com piloto automático. A gama de tratores foi completada com a linha MXM Maxxum, composta de quatro modelos: 135, 150, 165 e 180 (respectivamente com 141, 149, 168 e 180 cv, fornecidos por um motor Case de 6,7 litros turboalimentado), com transmissão manual ou semi-automática.

Em abril de 2006 a Case introduziu nova categoria de equipamentos em seu catálogo: o pulverizador autopropelido Patriot 350, projetado e fabricado no Brasil. Com motor traseiro Cummins turbo de 200 cv, transmissão hidrostática independente nas quatro rodas, suspensão hidráulica e bitola regulável entre 3 e 4 m, o veículo também podia contar com GPS. O tanque de defensivos, com 3.500 litros, foi localizado no centro do chassi. As barras pulverizadoras pantográficas, de 27 m de largura (hoje também 30 e 36 m), possuem um sistema eletrônico de estabilidade que assegurava seu nivelamento independentemente do movimento do veículo. A cabine, com ar condicionado e pressurizada, não dispunha de pedais, todos os controles hidráulicos – inclusive da tração – sendo comandados por manches e botões no painel. O pulverizador alcançava 50 km/h.

Os grandes investimentos da CNH na diversificação da produção da Case foram parcialmente motivados pelo excelente momento vivido, desde a passagem do século, pela agroindústria brasileira, cujos resultados, a médio prazo levariam à reabertura de unidade fabril de Sorocaba, havia quase dez anos sem produzir equipamentos. O setor agrícola brasileiro, por seu lado, muito investiu na modernização de métodos e equipamentos, com especial ênfase na mecanização e na utilização da informática para o controle da qualidade e eficiência da operação. Com isto as perdas foram reduzidas, a produtividade das culturas aumentou e, num círculo virtuoso, também cresceu a demanda por equipamentos mais modernos e sofisticados. A política de financiamentos do BNDES (através da Finame) fez a sua parte: ao conceder crédito exclusivamente para a aquisição de produtos que apresentam índice de nacionalização mínimo 60%, estimulou os fabricantes a substituírem as importações pela produção local.

Assim, apesar de ter surgido, crescido e se firmado no Brasil como fabricante de equipamentos de construção (22% do mercado, em 2007), a Case começa a conquistar presença significativa também na agricultura (65% em colheitadeiras de cana, no mesmo exercício). Esta diversificação, ajudada pelo volume significativo das exportações, tem contribuído para sustentar a produção total da empresa em níveis elevados apesar dos eventuais momentos de crise e de oscilação do mercado – o segmento de construção compensando o agrícola, ou a cana-de-açúcar compensando os grãos, e vice-versa –, mantendo a Case entre as líderes dos setores onde atua.

23 mil máquinas com a marca Case seriam fabricadas no país em 2009. A empresa complementa sua linha com alguns importados: a pá-carregadeira pesada 921 E, minicarregadeiras (skid steer) sobre pneus ou esteiras, uma empilhadeira para terrenos difíceis, diversas escavadeiras hidráulicas, colhedoras de algodão, a colheitadeira de grãos Axial-Flow 8010 (considerada a maior do mundo) e tratores extrapesados Steiger.

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