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NOVAS PLATAFORMAS STELLANTIS

Quatro propostas elétricas para suas marcas latino-americanas

setembro 2023

Diante da miríade de soluções que vem sendo proposta na corrida mundial pela descarbonização, a Stellantis latino-americana optou pela mais simples, imediata e de menor custo, e a única capaz de aproveitar o imenso potencial bioenergético brasileiro: o veículo híbrido com motor flex.

Com foco na nacionalização de tecnologias de tração elétrica combinadas com etanol e na maximização de utilização de insumos, componentes, inteligência e indústrias locais, em 2022 o centro tecnológico do Grupo na América Latina deu partida no programa Bio-Electro, que desembocou no desenvolvimento e construção de quatro diferentes protótipos – três híbridos a álcool e um 100% elétrico.

Utilizando plataformas de série da empresa, os quatro protótipos foram apresentados juntos, em julho, na fábrica Fiat de Betim. Na oportunidade, o presidente do Grupo para a América do Sul sintetizou os princípios que nortearam o projeto: “O Bio-Hybrid faz parte da rota tecnológica da mobilidade acessível e sustentável adotada pela Stellantis. Queremos potencializar as virtudes do etanol, como combustível renovável, cujo ciclo de produção absorve a maior parte de suas emissões, combinando a propulsão à base do biocombustível com sistemas elétricos. (…) Nossa prioridade é descarbonizar a mobilidade, mas queremos fazer isto de modo acessível para o maior número de consumidores e desenvolvendo tecnologias e componentes no Brasil. (…) É uma oportunidade de reindustrialização e de reconfiguração da indústria nacional de autopeças, que é diversificada, complexa e muito importante para a economia brasileira”.

É a seguinte a caracterização das quatro plataformas, segundo press-release fornecido pela Stellantis.

Bio-Hybrid: traz como elemento um novo dispositivo elétrico multifuncional, que substitui o alternador e o motor de partida. Trata-se de equipamento capaz de fornecer energia mecânica e elétrica, que tanto gera torque adicional para o motor térmico do veículo quanto gera energia elétrica para carregar a bateria adicional de Lítio-Íon de 12 Volts, que opera paralelamente ao sistema elétrico convencional do veículo. O sistema gera potência de até 3kW [4 cv], garantindo melhor performance ao automóvel e redução de consumo de combustível.

(Na prática, a proposta tem efeito ambiental limitado, já que a energia elétrica substitui apenas alternador e motor de arranque, proporcionando o acionamento mecânico sem queima de combustível por tempo reduzido durante e após a partida.)

Bio-Hybrid e-DCT: conta com o serviço de dois motores elétricos. O primeiro deles é o que substitui o alternador e o motor de partida. Adicionalmente, outro motor elétrico de maiores proporções é acoplado à transmissão. Uma bateria de Lítio-Íon de 48 Volts dá suporte ao sistema e também é alimentada pelos dispositivos. Uma gestão eletrônica controla a operação entre os modos térmico, elétrico ou híbrido, otimizando eficiência e economia.

(Solução já adotada pela Toyota no Cross Hybrid. É também parcial, já que o acionamento mecânico com queima de combustível é apenas complementado por pequeno motor elétrico com potência entre 3 e 16 kW que, acoplado ao câmbio, adiciona torque na partida e durante as acelerações.)

Bio-Hybrid Plug-in: conta com bateria de Lítio-Íon de 380 Volts, recarregada através de sistema de regeneração nas desacelerações, alimentada pelo motor térmico do veículo ou, por fim, através de fonte de alimentação externa elétrica (plug-in). A arquitetura conta ainda com motor elétrico que entrega potência diretamente para as rodas do carro. O sistema gerencia operação entre modo térmico, modo elétrico ou híbrido otimizando eficiência e economia.

(Este é o sistema híbrido tradicional, ainda dotado de motor a combustão, porém com recarga da bateria por fonte externa e onde toda a tração mecânica pode ser integralmente obtida pelos motores elétricos – no caso, uma unidade de 44 kw/60 cv acoplada ao eixo traseiro.)

BEV (100% Elétrica): totalmente impulsionada por um motor elétrico de alta tensão alimentado por uma bateria recarregável de 400 Volts, por meio de sistema de regeneração ou através de plug-in. A arquitetura oferece torque instantâneo, com acelerações rápidas e responsivas. O sistema possui sonoridade customizável e conta com desempenho, mesmo a baixas velocidades.

(Equipado com motor de 90 kW/122 cv e com bateria de alta tensão recarregável nas desacelerações e frenagens e por meio de fonte externa.)

É intenção da Stellantis já em 2024 equipar pelo menos dois modelos Fiat, Citroën, Peugeot e/ou Jeep produzidos no Brasil e Argentina com uma das soluções propostas. A empresa, contudo, não considera a solução híbrida como definitiva, mas como uma “rota de transição” para o carro 100% elétrico, muito mais caros do que os veículos a combustão. Instituir uma fase intermediária – de transição – seria especialmente interessante para o Brasil que, ao contrário do restante do mundo, já dispõe do etanol como solução parcial: assim, enquanto o País cruza o período de transição com soluções híbridas, permitindo o acesso de maiores faixas do mercado consumidor a tecnologias de baixa emissão, a massificação da tecnologia 100% elétrica nas nações ricas gradualmente reduziria custos e abriria caminho para também o Brasil aderir à solução, já então criando escala para a produção local de componentes e sistemas eletro-eletrônicos, e desta forma permitindo fornecer veículos a preços compatíveis com a capacidade de compra da população.

Em seu informativo oficial a Stellantis conclui: “Não se trata, portanto, de contrapor descarbonização e eletrificação. A descarbonização é o resultado desejado e necessário da reinvenção da mobilidade já em curso, enquanto a eletrificação é um dos caminhos para se alcançar a descarbonização da propulsão. O uso do etanol combinado com eletrificação é o caminho mais rápido e viável do ponto de vista social, econômico e ambiental para uma crescente eletrificação da frota brasileira”.

Para 2030 é objetivo do Grupo já ter eletrificado mais de 20% da produção brasileira, ano em que uma de suas marcas deverá lançar o primeiro modelo 100% nacional.

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Plataformas Bio-Hybrid e Bio-Hybrid e-DCT.

     

Plataformas Bio-Hybrid Plug-in e BEV 100% elétrica.

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