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Fundada em 1906, a alemã Demag (Deutsche Maschinenfabrik AG) foi importante fabricante mundial de bens de capital. Iniciando seus negócios pela construção de guindastes portuários, se expandiu pelos mais diversos setores, desde locomotivas e máquinas para a transformação de plásticos até projeto e fabricação de equipamentos siderúrgicos. Em 1973 a Demag foi adquirida pela também alemã Mannesmann, que desde 1952 estava instalada no Brasil como siderúrgica e fabricante de tubos sem costura.

Embora desde 1967 ensaiasse produzir equipamentos pesados no Brasil, então em associação com a também alemã Voith, somente em 1974 a Demag chegou ao país. Trazida pelas mãos da sua nova controladora, com a razão social Mannesmann Demag Ltda., três anos depois inaugurou instalações industriais em Vespasiano (MG). No início da década seguinte, além de fornecer equipamentos siderúrgicos, compressores e injetoras de plástico, a Mannesmann Demag iniciou um programa de nacionalização de escavadeiras hidráulicas, plano que resultou na produção de seis modelos sobre esteiras com até 270 t de peso e caçambas com até 21 m³ de capacidade. A primeira delas foi lançada em 1981 – a média H 71, com acionamento diesel Scania (390 cv) ou elétrico Siemens (350 cv); com peso operacional de 79 t e capacidade de produção de até 600 t/h, aceitava caçambas de até 5,5 m³. Em 1986 foram entregues as primeiras H 55 (55 t, 3,3 m³), com motor diesel Scania de 265 cv ou acionamento elétrico Toshiba (180 kW) e capacidade de produção de até 400 t/h.

No ano seguinte foi concluída a H 241, a maior escavadeira hidráulica até então construída no Brasil e uma das maiores do mundo, com peso operacional de 270 t, caçamba de até 21 m³ e produtividade de até 1.750 t/h. Acionada por motor elétrico Siemens de alta tensão e 950 kW, a máquina tinha 6,5 m de altura e seus braços um alcance de 15 m; podia ser equipada como retroescavadeira, atingindo então uma profundidade de 24 m. Apesar do porte e complexidade, a primeira unidade produzida alcançou o elevado índice de nacionalização de 89% em valor e 96% em peso. Até 1988 surgiram dois outros modelos, H 121 (116 t, 10,5 m³, acionamento elétrico Siemens) e H 40 (42 t, 2,5 m³, motor Cummins de 210 cv). Em 1990, finalmente, ano em que atingiu 50 unidades fabricadas no país, a Demag lançou a H 30, sua menor máquina, de 30 t, caçamba de até 2,0 m³ e motor Cummins de 5,9 litros e 169 cv, da nova Série B.

O índice de agregação nacional médio de todos esses produtos era superior a 92% em peso e valor. Com o advento do governo Collor e suas diretrizes liberalizantes, caracterizadas pela ausência de políticas industriais e abertura indiscriminada das importações, o mercado para as máquinas nacionais foi reduzido e a Demag acabou por encerrar a produção de escavadeiras. Em 1993 a empresa anunciou nova geração de equipamentos, porém já não mais fabricados no país.

Em 1999 o controle da Mannesmann foi adquirido pela Vodafone, gigante britânica das telecomunicações, e seus diversos negócios seccionados ou vendidos. A partir daí, os segmentos de gruas e máquinas de construção passaram por várias mãos: Siemens (em 2001), o grupo alemão Strohm (2009), Terex (2014) e, a partir de 2019, a japonesa Tadano.

A Demag brasileira, que ficara vinculada à SMS Demag alemã – empresa que concentrou o know how do antigo grupo em projetos siderúrgicos –, em 2005 acabou por repassar as instalações para a Delp, empresa nacional especializada em bens de capital e instalações para indústrias de base.





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