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FABRAL (ii) | galeria

A Fabral – Fábrica Brasileira de Automóveis Ltda., foi criada em 2002 pelo grupo empresarial português Tricos, representante no Brasil da marca sul-coreana SsangYong. Sediada em Lisboa, com negócios na Europa, África e Ásia, era intenção da Tricos fabricar três diferentes veículos no país: o jipe espanhol Santana (empresa associada à Suzuki, que até 1983 produziu o Land Rover Defender sob licença britânica), uma picape 4×4 cabine-dupla da indiana Tata e um chassi para micoônibus Eicher, também de origem indiana. A fábrica seria instalada em Palmas (TO), onde seriam criadas três linhas de montagem e um centro de treinamento. Com índice de nacionalização inicial de apenas 32%, previa-se capacidade máxima de 16.750 unidades/ano (3.200 por linha, já em 2004), 30% destinados à exportação. Para os dois primeiros modelos, os componentes estampados da carroceria seriam importados das respectivas matrizes e montados e pintados em Minas Gerais, pela Usiminas.

O primeiro veículo a ser lançado seria o jipe longo, que recebeu o nome Jalapão, com motor turbinado Iveco common rail, de 2,8 l e 125 cv. Apresentado no XXII Salão do Automóvel em dois diferentes stands – o da própria empresa e no da Suzuki -, seu início de produção estava previsto para agosto de 2003. Os carros exibidos no Salão eram unidades importadas, porém já trazendo o nome Jalapão; faziam parte de um conjunto de algumas dezenas, trazidos da Espanha e comercializados pela rede SsangYong, destinados a fixar a marca no mercado. A nova fábrica não foi instalada e a Tricos optou por focar-se na comercialização de veículos.

Em 2007 o grupo português assumiu a representação da Chana (posteriormente rebatizada Changan), através da subsidiária Districar, inaugurando a importação de automóveis chineses no país; em 2010, no Salão do Automóvel, introduziu no mercado a também chinesa Haima. Em março de 2012, representado pela empresa Brasil Montadora de Veículos Ltda., a Tricos assinou um Protocolo de Intenções com o governo do Estado do Espírito Santo tendo como fim a implantação de unidade industrial no município de Linhares, destinada à montagem de diversos modelos de veículos das três marcas de sua representação: Changan, Haima e SsangYong. Os planos da nova empresa (em alguns press releases também denominada Fabral) previam a construção de 10.000 veículos em 2014, alcançando a capacidade máxima de 50.000 unidades no quinto ano.

Dois meses depois mais um Protocolo de Intenções foi firmado, desta vez com o Estado de Goiás, para a implantação, em Anápolis, de fábrica exclusiva para a marca Changan. Quando da assinatura do primeiro Protocolo, o principal executivo da Tricos no país declarou que apenas aguardava a definição do novo regime automotivo pelo governo federal para dar início aos investimentos (era seu desejo que o índice máximo de nacionalização exigido não ultrapassasse os 15%). Em outubro foram anunciadas as exigências de conteúdo nacional do novo regime (agora denominado Inovar-Auto), substancialmente mais elevadas. Apesar de considerá-las “muito altas”, a empresa reafirmou o interesse em manter o empreendimento.





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