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HOFSTETTER | galeria

Talvez o automóvel de estilo mais radical já fabricado até hoje no Brasil, o Hofstetter foi desenhado em 1973, na Suíça, inspirando-se nos moderníssimos carros-conceito italianos da época, em especial o Maserati Boomerang, projetado por Giugiaro para a Ital-Design. Concebido pelo brasileiro de ascendência suíça Mário Richard Hofstetter, a produção do carro tardou em ser concretizada, só acontecendo muitos anos depois, em São Paulo (SP).

Um primeiro protótipo foi construído na Suíça e em 1982 foi iniciado o segundo, com novo chassi, no Brasil. Sua carroceria de fibra de vidro, em forma de cunha muito acentuada, mal atingia 1,03 m de altura. Tinha faróis escamoteáveis, portas abrindo para cima e vidros fixos, exigindo o uso permanente de condicionador de ar. O chassi em T era composto de elementos tubulares com dez polegadas de diâmetro e estruturas transversais nas extremidades, preparadas para receber os órgãos mecânicos, vindos de carros de série: caixa de quatro marchas e conjunto motor 1.6 do Volkswagen Passat (a seguir, 5 marchas e 1.8 turbo do Gol GT) montados entre-eixos, suspensão dianteira do Chevrolet Chevette, suspensão traseira composta pelo conjunto dianteiro McPherson do Passat, em posição invertida, sistema de arrefecimento da Kombi diesel e freios a disco ventilados nas quatro rodas; nem direção nem freios dispunham de assistência. O interior, bem acabado, apresentava revestimento em couro, instrumentação completa e um pequeno volante esportivo de apenas 30 cm de diâmetro.

O Hofstetter fez sensação no XIII Salão do Automóvel (em 1984), onde pela primeira vez foi mostrado ao público. A fabricação do carro foi iniciada em meados de 1986, através da Hofstetter Indústria e Comércio de Veículos Ltda., com produção limitada, prevista em 30 exemplares por ano. Até o final do ano seguinte, 13 unidades haviam sido vendidas.

Algumas melhorias foram sendo introduzidas ao longo do tempo: no XIV Salão, em 1986, o carro ganhou painel digital, maior abertura das portas e opção de câmbio automático; no ano seguinte, foi introduzida um grande aerofólio na traseira e uma pequena janela deslizante no grande vidro do motorista. No XV Salão, recebeu o novo motor 2.0 do Santana, equipado com turbocompressor, permitindo atingir 210 cv de potência. Finalmente, no Salão seguinte ganhou dois pequenos spoilers na base dos para-lamas dianteiros, saias laterais, janela deslizante do lado do passageiro, volante ovalado, grade, novos conjuntos óticos, lanternas traseiras com novo formato e piso levemente rebaixado.

Já então o carro era fabricado pela Tecnodesign Mecânica Indústria e Comércio Ltda., como modelo Hofstetter-Cortada, referência ao sobrenome do novo proprietário da empresa. Em 1993 a 19ª unidade aguardava comprador. Aparentemente, este foi o último Hofstetter produzido.





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