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HUBER-WARCO | galeria

A Huber Manufaturing Co. foi fundada em 1854, nos EUA, como fabricante de implementos agrícolas. Em 1898 começou a construir tratores a vapor e, nos anos 20 do século seguinte, quando já participava do mercado de máquinas de construção, projetou seu primeiro equipamento para terraplenagem. Em 1957 a Huber adquiriu o controle da W. A. Riddel Co. – Warco, empresa que, em 1921, desenhara uma das primeiras motoniveladoras norte-americanas. Da união das duas firmas surgiu a Huber-Warco Co.

A companhia foi uma das pioneiras na produção de equipamentos de construção no Brasil. No início de 1960 inaugurou planta em Mogi das Cruzes (SP), onde começou a montar seus primeiros equipamentos – motoniveladoras 10-D, de 12 toneladas -, com cerca de 70% de agregação nacional, em peso. Em junho de 1962 teve aprovado pelo Geimar projeto para nacionalização das máquinas, já no ano seguinte apresentadas com motor diesel Mercedes-Benz de seis cilindros, 10,8 litros e 135 cv. Tinham caixa de seis marchas reversíveis, freios a tambor, direção assistida e lâmina com giro de 360°. Foram as únicas do país, por vários anos, a contarem com todos os comandos hidráulicos.

Em 1965, quando já alcançara 99,4% de nacionalização e eram produzidas 20 por mês, duas outras máquinas foram disponibilizadas: a niveladora 11-D (introduzida em 1962), de 13 t e 155 cv, e o trator Manteiner DD-550, de 4,3 t. Este, próprio para serviços de apoio a obras civis e agricultura, além de receber pá carregadeira, lâmina frontal ou central, podia tracionar vários tipos de implementos, tais como rolos vibratórios, pés-de-carneiro e reboques. Vinha com motor diesel Deutz refrigerado a ar de 55 cv e cinco marchas.

Ao completar 10 anos e líder do segmento no país, em 1970, a fábrica brasileira já havia produzido mais de 2.000 máquinas, cerca de 20% delas exportadas para a América Latina; em constante crescimento, o conteúdo nacional atingia então excepcionais 99,8% (em peso).

Em 1973 a linha era composta por três modelos: 10-DM (modernização do antigo 10-D); 11-DS, com motor Scania de 155 cv; e o novo 16-D, de 20 toneladas, com motor Scania turbo de 225 cv, transmissão direta com três marchas reversíveis e conversor de torque – esta, segundo o fabricante,  “uma máquina para grandes obras“, ao contrário das demais, “destinadas a Prefeituras“. Em 1974 os modelos seriam renomeados 140 M, 140 S, 155 S e 225 SSA, acompanhando a potência e origem do motor (M para Mercedes-Benz e S para Scania).

Naquela altura, responsável por 70% do mercado nacional e com produção mensal de 80 unidades, a empresa já dispunha de instalações complementares em Resende (RJ), para a fabricação de componentes. Além de planos de construção de mais uma planta em Aratu (BA), a Huber-Warco iniciava o projeto de novo modelo, mais leve de menor custo, “com vistas a um mercado de menor poder aquisitivo“. Estes dois projetos, contudo, não chegaram a se concretizar.

Em agosto de 1975 a norte-americana Dresser Industries comprou a filial brasileira da Huber-Warco, unindo-a à sua controlada Galion, como Divisão HWB-Galion (logo depois HWB-Jeffrey) da Dresser Indústria e Comércio Ltda. O modelo intermediário teve a potência aumentada (passando a denominar-se 165 S) e ganhou versão equipada com conversor de torque (165 SSA). A partir daí as máquinas passaram a ser vendidas no Brasil com a marca HWB Dresser.

Foi significativa a participação das máquinas H-W nas grandes obras de infra-estrutura do país nas décadas de 60 e 70. A empresa, entretanto, não avançou tecnologicamente e, com o tempo, foi perdendo mercado para a Caterpillar (que teve seu projeto de nacionalização aprovado pelo Geimar no mesmo dia da Huber-Warco) e para a recém-chegada FiatAllis.

Ainda que tardiamente, o projeto das motoniveladoras foi atualizado e a linha ampliada, passando a contar com os modelos 130, 140, 165, 205 e 225, e respectivas variantes, equipados com motores Mercedes-Benz, Scania e mais tarde também Cummins. As máquinas HWB Dresser foram fabricadas no Brasil até o início da década de 90, pouco após o negócio de equipamentos de construção da Dresser ter sido comprado pelo grupo japonês Komatsu, que passou a fornecê-los com a sua marca. Ao todo, mais de 10.000 unidades foram produzidas no país.





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