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IDEAL | galeria

Marca de colheitadeira de grãos por muitos anos fabricada em Santa Rosa, terceiro maior pólo metalmecãnico do Rio Grande do Sul. A empresa surgiu em 1953, com o nome Empresa Moinhos Santa Rosa Ltda., construindo artesanalmente moinhos para trigo. Com o crescimento da cultura da soja, a empresa passou também a fabricar trilhadeiras – máquinas tracionadas para a debulha de soja e trigo, comercializadas sob o nome Ideal. Os novos equipamentos rapidamente passaram a ser o principal produto da empresa, levando-a, em 1963, a mudar a razão social para Indústria de Máquinas Agrícolas Ideal Ltda. (S.A., em 1966) e, a seguir, a introduzir no mercado colheitadeiras rebocadas.

Em 1968 a empresa decidiu produzir colheitadeiras automotrizes, os primeiros exemplares, ainda construídos artesanalmente, tomando modelos estrangeiros como base de projeto. Em 1970 as primeiras máquinas foram fornecidas para o mercado regional (depois da também gaúcha SLC, foi o primeiro fabricante brasileiro a disponibilizar este tipo de equipamento). Em 1973 a Ideal mudou para nova planta industrial, ainda em Santa Rosa, onde aprimorou o processo produtivo e deu início à fabricação seriada de alguns componentes, até então pouco padronizados e sem produção seqüencial.

No ano seguinte, buscando dar mais um salto qualitativo, assinou contrato de transferência de tecnologia com a alemã Fahr, adquirindo know-how industrial e de produto para a construção de nova linha de colheitadeiras. Esse esforço de investimento, associado às oscilações do mercado agrícola, foi excessivo para a empresa, que não teve fôlego para colocar em produção as novas máquinas, mantendo em linha apenas os modelos de projeto próprio CA-800, 875 e 1070, com comandos manuais ou mecânicos, e as trilhadeiras (estas, até o final da década). As contingências não a impediram, entretanto, de aperfeiçoar os equipamentos existentes, adaptando-os para outras culturas (arroz, milho, sorgo, cevada) e as tornando multifuncionais, reduzindo a necessidade de ajustes para trabalhar com diferentes grãos.

Para manter o espaço conquistado, a Ideal teve que recorrer a reforço externo, materializado em 1978 na figura da norte-americana International Harvester e do conglomerado financeiro-industrial gaúcho Iochpe que em conjunto passaram a controlar o seu capital. Com isto, finalmente conseguiu lançar, em 1980, o modelo CA-1175, primeiro de origem Fahr, levando a dupla marca Ideal International. O fabricante norte-americano não permaneceria muito tempo na sociedade, vendendo em 1984 sua participação para o Grupo Iochpe, que em 1986 também assumiu o controle das fábricas de tratores Massey e motores Perkins, dando origem à Maxion.

Em 1990, no âmbito da reorganização das atividades industriais do Grupo, a produção de colheitadeiras Massey Ferguson foi transferida para Santa Rosa, compartilhando a planta com as máquinas Ideal. De forma a ocupar capacidade ociosa em períodos de sazonalidade, a unidade também passou a fornecer componentes, especialmente estampados, para a fábrica de tratores. No mesmo ano foi lançada a série de colheitadeiras de grande capacidade e maior potência (ainda sob a marca Ideal-International), iniciada pelos modelos 9075, 9080 e 9090 (a primeira delas com tanque graneleiro de 4.500 l, motor de 120 cv ou 145 cv turbo, transmissão mecânica e direção hidrostática).

Em 1994 a multinacional AGCO adquiriu os ativos da Massey-Ferguson mundial e, dois anos depois, da brasileira Maxion, tornando-se assim proprietária da marca Ideal. Foram descontinuados os modelos International, que ainda se mantinham em produção, substituídos por outros de origem Massey. Em 1999, ano em que foi abandonada a marca Ideal e todas as colheitadeiras da AGCO passaram a portar o nome Massey Ferguson, a antiga empresa gaúcha fabricou 27 máquinas, contra 400 Massey.

Nos primeiros anos do novo século a AGCO transferiu para Santa Rosa a responsabilidade mundial pela engenharia de colheitadeiras convencionais, função até então atribuída à filial da Dinamarca.





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