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A Imbel – Indústria de Material Bélico do Brasil, empresa estatal vinculada ao Ministério da Defesa, foi criada em 1975, no âmbito da reestruturação da base produtiva do Exército que antecedeu o rompimento do Acordo Militar Brasil-Estados Unidos, ocorrido dois anos depois. No processo, a Imbel absorveu as cinco unidades fabris da Arma – Magé e Rio de Janeiro (RJ), Itajubá e Juiz de Fora (MG) e Piquete (SP) –, mantendo a independência de seus três Arsenais de Guerra (RJ, SP e RS). Segundo esta organização, à Imbel caberia a produção de armas portáteis, equipamentos de comunicação, explosivos e munições e aos Arsenais o desenvolvimento de equipamentos mais complexos, tais como veículos. Em 1982, o crescimento acelerado da indústria brasileira de material bélico indicou a necessidade de se instituir um órgão coordenador, capaz de priorizar e organizar as atividades de projeto, construção de protótipos e testes junto à grande quantidade de entidades públicas e privadas envolvidas. Na oportunidade, Imbel foi o nome lembrado – mas não confirmado – para tal função.

Em 1978 houve uma primeira tentativa de sua penetração no mercado de veículos automotores, ocasião em que foi discutida minuta de protocolo de intenções entre a empresa, um grupo privado nacional e a alemã Thyssen Henschel, visando a construção de família de blindados de 30 t sobre esteiras, derivada do carro de combate Marder e destinada ao mercado interno e exportação. Nenhum acordo, contudo, chegou a ser firmado.

Quase 25 anos depois, quando buscava novas oportunidades de negócios em meio a profunda crise financeira, a empresa ressurgiria como potencial coordenadora em dois processos – também inconclusos – de construção de veículos militares. O primeiro, em 2002, ocorreu no âmbito do acordo com a empresa britânica Royal Ordnance, controlada pela BAE Systems, que previa a fabricação no país de munição pesada e carros de combate para o mercado externo. Dois anos depois foi firmado Memorando de Entendimento, desta vez com o consórcio aero-militar europeu EADS, envolvendo transferência de tecnologia para a nacionalização do blindado 8×8 Patria, de origem finlandesa. Nos dois casos, os equipamentos seriam produzidos no Arsenal de Guerra de São Paulo. O Patria era, na ocasião, o mais moderno veículo da categoria no mundo. Equipado com motor Scania, transmissão automática e suspensão pneumática independente nas oito rodas, podia receber diversos níveis de blindagem e armamento, em grande número de versões de apoio e combate.

Também em 2004, após longa disputa judicial entre a União e os antigos proprietários da Engesa, a Imbel tornou-se depositária do acervo tecnológico da extinta empresa. Com base nesse patrimônio, em paralelo à revitalização de antigos Engesa Cascavel e Urutu incorporados a forças armadas estrangeiras, a Imbel se propôs a desenvolver nova geração do blindado 6×6 Urutu.

Todos estes planos foram ultrapassados pela realidade do país, regida pela indefinição nas políticas nacionais de desenvolvimento tecnológico e por movimentos descoordenados das autoridades militares no reequipamento das suas Forças. Assim, em 2005 o Exército lançou edital de licitação para a elaboração do projeto de uma viatura blindada 6×6, para substituir exatamente os velhos Urutu ainda em operação. Relançado em 2007, o processo de seleção acabou sendo vencido pela filial brasileira da empresa italiana Iveco. Em lugar da fabricação nacional dos 8×8 Patria, houve (também em 2007) a importação de cinco 8×8 suíços Mowag, colocados em operação no Haiti. A Inbel está hoje outra vez restrita à sua função original – a produção de armas leves, explosivos e munições.

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