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A firma paulistana Moldex Indústria e Comércio Ltda. está entre os primeiros fabricantes brasileiros de embarcações e artefatos de fibra de vidro. Ao lado da Willys e Moplast (a futura Gurgel), também foi pioneira no país na confecção de carrocerias de automóveis com este ainda pouco conhecido material. O protótipo do seu carro, ao qual deu o nome MB (de Mecânica Brasileira), foi apresentado no II Salão do Automóvel, no final de 1961, em flamante pintura azul clara metálica. Projetado por Roberto Eugenio Stieler, tinha perfil baixo e linhas muito leves e delicadas, lembrando os elegantes pequenos esportivos italianos da época, como o Fiat 1200/1500 Cabriolet.

A carroceria conversível, com duas portas e quatro lugares, podia vir equipada com teto rígido removível e uma cobertura de tecido impermeável que, quando sobreposta ao assento traseiro, transformava o carro em um roadster. Os quatro assentos eram individuais e podiam ser revestidos com plástico ou couro; havia um console entre os bancos dianteiros, facilidade ainda inexistente na produção nacional e desejo de consumo de todo jovem “motorizado” da época. Para prevenir furtos no porta-malas e no compartimento do motor duas soluções engenhosas foram encontradas: o fecho para abertura do capô foi alojado no porta-luvas (com tampa e chave) e o do bagageiro no batente da porta esquerda. O MB era montado sobre chassis DKW, do qual aproveitava todos os elementos mecânicos; apenas o radiador foi substituído por outro, mais baixo e largo, e a alavanca de mudanças deslocada da coluna de direção para o piso. Para aumentar a autonomia, ganhou um tanque adicional de combustível. Embora não tivesse sido oficialmente testado por nenhum jornalista especializado, o Moldex provavelmente obteria melhores tempos de aceleração e maior velocidade final do que o DKW, já que era 150 kg mais leve e tinha centro de gravidade mais baixo.

No ano seguinte, no III Salão, o carro foi apresentado na versão definitiva, com novo para-brisa (o anterior vinha do FNM JK), portas maiores, lanternas traseiras deslocadas para os para-lamas e volante esportivo (em lugar do antigo, do sedã Volkswagen). Trazia pequenos requintes: limpador de para-brisa de duas velocidades (único no país, além do JK), retrovisor com posição anti-ofuscante, apóia-braço no banco traseiro com cinzeiro e porta-objetos, porta-malas acarpetado, caixa de ferramentas com iluminação interna. A produção foi iniciada em abril de 1964, porém poucas unidades foram fabricadas – certamente menos de dez. A Moldex ainda esteve presente no V Salão do Automóvel, em 1966, mas apenas como fabricante de botes, lanchas e carrinhos de sorvete.





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