FORD ECOSPORT

Foi da Ford, em 2003, o primeiro utilitário esportivo fabricado no país. Batizado EcoSport, teve sucesso instantâneo e reinou solitário por anos, até ganhar seu primeiro concorrente de peso – o Renault Duster, em 2011. Hoje, seis anos depois, com a moda dos SUVs no auge e o mercado inundado por modelos nacionais e importados, o carro da Ford é obrigado a se conformar com um mero quinto lugar na categoria, empatado com o recentíssimo Renaut Kicks e bem atrás dos atuais campeões (na ordem) Jeep Compass, Honda HR-V, Jeep Renegade e Hyundai Creta (posição referente ao total do primeiro semestre de 2017).

Há muito tempo o modelo se ressentia de intervenções de peso, tanto em mecânica como em conteúdo. A Ford tardou a se decidir por sua modernização: somente em novembro de 2016 a nova versão foi apresentada, ainda assim no Salão de Los Angeles, nos EUA. Em junho deste ano, já em linha de produção na planta baiana de Camaçari, relegando o mercado brasileiro a segundo plano, a empresa promoveu o lançamento sul-americano do carro na Argentina, no Salão de Buenos Aires. Somente agora o carro chega ao mercado brasileiro – ainda assim apenas na versão top Titanium -, com previsão de início de vendas para o próximo mês.

A carroceria foi retocada em alguns pontos, mas permanece deselegante e pesada no conjunto, com laterais e traseira altas, reduzida área transparente e muitos pontos cegos. Apenas a dianteira foi mudada, recebendo grade maior, segundo a atual identidade visual da marca, e novos faróis, lanternas e para-choque, com os correspondentes ajustes no desenho e recortes do capô e para-lamas. A grade agora possui persianas que se fecham para gerar menor arrasto aerodinâmico ou aquecer mais rapidamente o motor. O estepe continua montado externamente na traseira, que em nada mudou.

 

     

Ford EcoSport Titanium 2018.

 

O EcoSport Titanium chegou com novo motor flex 2.0 com injeção direta, duplo comando de válvulas e 170/176 cv (vindo do Focus argentino), o mais potente do segmento. Também novo é o câmbio automático de seis marchas. A suspensão foi recalibrada, ganhando 17 mm adicionais de curso na dianteira e 15% de rigidez na traseira. Nada foi mudado na arquitetura veicular: motor e tração dianteiras, suspensão McPherson na frente e por eixo de torção atrás, freios dianteiros a disco e traseiros a tambor e direção com assistência elétrica.

É no interior que se observam as maiores transformações. Embora o discreto espaço interno, especialmente reduzido na traseira e no porta-malas, não tenha sido alterado, o isolamento acústico foi reforçado, melhoraram a ergonomia, a qualidade do acabamento e os materiais de revestimento. O painel foi redesenhado e é novo o volante.

Muito bem equipada é a versão Titanium: tela multimídia de 8″ sensível ao toque, volante multifuncional revestido de couro, sete airbags, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, controle de velocidade, monitor de pontos cegos, câmera de ré, alerta de tráfego cruzado na traseira, sensores de claridade e chuva, monitor de pressão dos pneus, bancos de couro na cor marfim com ajuste lombar para o motorista, ar condicionado digital, porta-luvas refrigerado, áudio Sony com nove alto-falantes, teto solar, rodas de liga de 17″, faróis de xenônio com luzes diurnas de leds e faróis de neblina.

Supõe-se que as demais versões SE e FreeStyle sejam mantidas. Sobre elas, porém, nada foi informado até o momento. Também nada foi anunciado com relação à utilização do novo e atualíssimo motor 1.5 Dragon de três cilindros, com bloco, cabeçote e cárter de alumínio, duplo comando de válvulas e 137 cv – a unidade naturalmente aspirada com maior potência específica do mercado -, há dois meses anunciado como a grande novidade da Ford no setor.

 

 

 

 





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