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EMME | galeria

Sedã de luxo com quatro portas e sofisticada concepção mecânica produzido em poucas unidades pela Megastar Veículos Ltda., de Pindamonhangaba (SP), entre 1997 e 1999. A história deste automóvel sempre esteve cercada de mistério: as primeiras notícias lacônicas surgiram ainda em 1993, informando que estaria sendo projetado um inédito modelo Lotus para produção exclusiva no Brasil. Em 1995 já se conhecia o local da fábrica e a empresa responsável pelo empreendimento – a Megastar, que depois viria a se saber, era subsidiária da New Concept AG, de Liechtenstein, pertencente, por sua vez, a investidores suíços.

As primeiras imagens do carro, apresentando vistosa pintura amarelo-alaranjada, foram divulgadas em 1997: sua carroceria, de material plástico injetado veXtrim, processo patenteado pela New Concept, tinha inacreditável semelhança com o Volvo ECC (que, em 1998, viria a servir de base para o modelo S80); a menos da grade, faróis e lanternas, tratava-se de evidente cópia do protótipo sueco.

O Emme Lotus foi oficialmente lançado na feira Brasil Motor Show, em outubro de 1997, quando foram divulgadas as especificações técnicas do ambicioso modelo: chassi tubular em aço zincado, caixa manual de cinco marchas, ignição eletrônica multiponto com autodiagnóstico, transmissão traseira com diferencial autoblocante, suspensão independente nas quatro rodas (duplo quadrilátero, barras de torção e molas helicoidais), eixo traseiro autodirecionável, direção hidráulica e freios a disco nas quatro rodas, com servo e duplo circuito. Três motorizações seriam oferecidas, todas com quatro cilindros em linha: 2.0 16 v, aspirado ou turboalimentado, com 148 e 200 cv, e 2.2 turbo, importado da Lotus, com 264 cv. Embora a Megastar tivesse informado que “nacionalizaria” o motor 2.0, as poucas unidades apresentadas com esta cilindrada traziam propulsores VW AP-2000. Eram três as versões, definidas em função do motor: 420, 420T e 422T.

O acabamento interno era luxuoso e grande a quantidade de equipamentos de série: estofamento de couro, ar condicionado programável, trava com alarme e controle remoto, controle elétrico dos vidros, retrovisores e bancos, faróis de neblina e CD player. O painel, que podia ter acabamento em nogueira ou composto de carbono, era completo e trazia central eletrônica com 14 funções, algo confusas, desenvolvida por uma firma portuguesa. Incoerentemente, porém, o carro não dispunha de ABS, air bags ou controle de tração, nem mesmo como itens opcionais. Além do motor Lotus, apenas câmbio e diferencial eram importados (o índice de nacionalização teria chegado a 87%). Apesar de usar o logotipo da Lotus na traseira, o Emme não tinha nenhum vínculo institucional com a marca britânica.

Era meta da Megastar atingir em dois anos a produção de 50 unidades diárias; seus planos incluíam exportar 60% do total para o Mercosul e, mais tarde, para EUA e Europa. Insuficientemente testados, contudo, e sem contar com estrutura industrial adequada, os poucos exemplares construídos logo apresentaram grande número de falhas, especialmente elétricas e eletrônicas. Prejudicados pelo preço elevado e pela inexistência de revendas e oficinas autorizadas, poucos foram vendidos. A inesperada alta do dólar, em 1999, agravou a situação. Assim, após a fabricação de apenas 15 veículos, a empresa (que também produzia scooters) encerrou as atividades. No ano 2000 foi decretada sua falência.





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