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FÚRIA | galeria

Após ter percorrido profícua carreira como preparador e construtor de carros esportivos, com marcante atuação no Departamento de Competições da Willys, em 1970 Toni Bianco criou a Fúria Auto Esporte Ltda., tendo como sócio a Camionauto, revenda paulistana da FNM vinculada ao Grupo Massari. Era seu objetivo a construção do GT esportivo Fúria, cujo primeiro protótipo acabara de montar. Totalmente projetado por Bianco, o carro tinha estrutura tubular pesando apenas 42 kg, motor FNM 2150 rendendo 138 cv e suspensão independente de desenho próprio, com braços triangulares, molas helicoidais e amortecedores reguláveis. Câmbio, freios a disco nas quatro rodas e caixa de direção eram importados. A carroceria era de fibra de vidro, com portas asa-de-gaivota e capôs dianteiro e traseiro basculantes, moldados em peça única com os para-lamas. Disputando os 1.000 Quilômetros de Brasília de 1970, concluiu a prova em 5ª posição; também chegou em 5º nas Mil Milhas de Interlagos de 1971.

Em dois anos foram montados, ao todo, seis exemplares do carro, utilizando motores de origens diversas, nacionais e estrangeiros; para isto, Bianco projetou uma estrutura móvel, específica para cada motor, que facilitava a troca. Algumas mudanças estéticas foram também introduzidas, especialmente na carenagem, faróis e tampa do motor. Assim, além da primeira unidade, os protótipos receberam motorização Chevrolet nacional (quatro cilindros, 2,5 litros, carburadores e coletores importados e 170 cv), Ferrari (3 litros), BMW, Dodge V8 (5,2 l) e até um Lamborghini V12. Toni Bianco ganhou o Prêmio Victor 1970, da revista 4 Rodas, como Construtor do Ano.

Em 1971, a pedido da FNM, Toni desenhou e construiu o Fúria GT, um belo 2+2 sobre a plataforma mecânica do 2150 levemente encurtada. Equipado com dois carburadores duplos e com a taxa de compressão aumentada para 9,5:1, o carro atingia 130 cv de potência. Foi grande a atenção dada aos acabamentos e conforto interno: instrumentação completa, console central acoplado ao painel, bancos dianteiros individuais tipo concha, reguláveis e com apoio para a cabeça, estofamento em couro, vidros verdes e tapetes de bucléê. A carroceria, modelada a mão em chapas de aço no protótipo, seria de plástico reforçado com fibra de vidro na versão seriada. Embora tenha sido apresentado no VIII Salão do Automóvel, em 1972, com planos de produção de 12 unidades mensais, mais nenhum exemplar foi produzido. Em 1974 as atividades da empresa foram encerradas, porém Toni Bianco continuaria a preparar carros de competição e, em breve, lançaria o primeiro automóvel a levar o seu nome – o Bianco S.





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