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Hoje um dos principais fabricantes de karts do país, as atividades da Metalmoro vem de 1968, como oficina mecânica de automóveis e tratores instalada em Veranópolis (RS). Seu fundador, Ademar Moro, desde logo se aproximou do esporte automobilístico, construindo rodas de tala larga e, a partir de 1976, participando de competições de kart. Em 1979 se transferiu para Porto Alegre (RS), onde começou a fabricar chassis de karts, três anos depois homologando seu primeiro modelo de competição, o 125, com o qual venceu desde a corrida de estréia até o campeonato pan-americano. A Metalmoro está hoje instalada em Cachoeirinha, sempre no Rio Grande do Sul.

Novos lançamentos surgiram com o tempo: em 1988, o primeiro kart de competição do país para crianças com até 12 anos, chamado Cadete, modelo que por nove vezes consecutivas conquistaria o campeonato brasileiro; em 1995, chassis indoor, o primeiro modelo nacional a incorporar para-choque periférico de plástico; e pouco mais tarde, derivado do indoor, o modelo Pró-400, para circuitos abertos, com motor Honda de quatro tempos. Quatro eram as versões fabricadas em 2010: 125, para motores 125 cm3 de dois e quatro tempos (que em 2008 absorveu o modelo Pró-400), Cadete (5,5 cv), Indoor (5,5 a 13,0 cv) e Indoor Junior (2,5 a 5,5 cv). Hoje somente o Indoor é fabricado.

Nova e importante vertente de atuação teve início em 1999, em associação com o engenheiro e piloto Luiz Fernando Cruz: a linha de protótipos para competições de resistência MCR, de Moro-Cruz Racing. Ademar Moro havia anos desejava construir seu próprio carro; Luiz Fernando, por sua vez, retornava ao Brasil depois de residir por longo tempo fora do país. Na Grã-Bretanha, entre os anos 80 e 90, trabalhou na Swift UK, onde projetou diversos monopostos campeões para as Fórmulas Ford e Renault. Sua participação nas 24 Horas de Le Mans de 1999, como piloto, acendeu-lhe também o desejo de construir um protótipo. As condições para a aproximação entre Moro e Cruz estavam dadas. O trabalho conjunto dos dois deu origem a uma geração de carros de baixo custo e grande adaptabilidade, com longa carreira de vitórias, que viria a situá-los entre os dez melhores projetos nacionais na categoria.

O primeiro carro (hoje no Museu do Automobilismo Brasileiro, em Passo Fundo, RS) ficou pronto em novembro de 1999, dias antes das 12 Horas de Tarumã, prova vencida com 11 voltas de diferença para o segundo colocado. Equipado com motor Volkswagen de dois litros, 16 válvulas e 210 cv montado entre-eixos, tinha caixa de cinco marchas, chassi tubular, suspensão com amortecedores reguláveis e carenagem de fibra de vidro. Foi campeão gaúcho de Endurance (2000 e 2001), tricampeão brasileiro (de 2001, ano da criação do Brascar, a 2003) e sete vezes vencedor de Tarumã. Enquanto o primeiro protótipo seguia seu caminho vitorioso, a dupla começou a desenvolver a segunda geração do MCR, com chassi mais longo, alguns avanços técnicos e motor Chevrolet V8 importado; apesar de se revelar o mais veloz protótipo nacional apresentou quebras freqüentes e poucas vezes chegou em primeiro. Em 2003 Cruz construiu uma versão com cabine fechada, o GT1, com 590 cv, e no ano seguinte o MCR Turbo, com 700 kg e motor VW Golf preparado para 350 cv.

Em 2004, já independente da Metalmoro, Cruz fechou um acordo com o piloto inglês Matt Manderson, com vistas ao desenvolvimento de um carro para a categoria Sport 2000 britânica, daí sendo criada a MCR-UK (Manderson-Cruz Racing). Dois carros foram enviados do Brasil, em 2005, lá recebendo nova suspensão traseira e outro conjunto motor-câmbio para ajustar-se aos regulamentos locais. Na segunda década do século ainda eram montados numa oficina no País de Gales e, embora levando alguns componentes brasileiros, chassi tubular e carenagem já são realizados localmente.

De volta ao Brasil, em 2007 Cruz projetou o LFC Tornado, com motor de motocicleta Suzuki Hayabusa. Outra de suas criações notáveis foi o protótipo MCR Grand-Am, desenvolvido a partir de 2014 para o piloto gaúcho Fernando Poeta. Construído na oficina Mottin Racing, em Porto Alegre, tinha estrutura tubular de aço carbono projetada em CAD (tubos de seção quadrada nas estruturas dianteira e traseira e circular na gaiola de proteção) e trem de força do Lamborghini Gallardo LP 560 GT3 em posição central (motor V10 de 5,2 l, transmissão sequencial de seis marchas) com radiador na dianteira e carenagem e cabine de plástico reforçado com fibra de vidro. O carro ficou pronto em 2016, quando estreou nas 3 Horas de Tarumã, em julho, terminando em terceiro na classificação geral. Competiu até 2018, vencendo duas provas do Campeonato Gaúcho de Endurance (12 Horas de Tarumã de 2016 e 3 Horas de Guaporé de 2017) e conquistando o vice-campeonato gaúcho de 2017 para Fernando Poeta. Em 2018 disputou o campeonato brasileiro na categoria P1 e, embora sem vencer, chegou ao pódio em quatro das sete etapas.

Em 2009 a Metalmoro apresentou o sucessor do MCR. Chamado MRX, utilizava carenagem semelhante à do antigo MCR Turbo. Preparado para receber motores de procedências diversas foi apresentado nas versões aspirado e turbo, com pequenas diferenças entre elas. Sua configuração geral era a usual: estrutura tubular com motor central e carroceria de fibra de vidro, suspensão independente nas quatro rodas com barras de torção reguláveis, caixa importada de cinco ou seis marchas e freios a disco ventilados. A partir do MRX foi desenvolvido o MR18, apresentado em 2013 e primeiro protótipos da marca com cabine fechada. Modelo de alto desempenho, com chassi e célula de proteção fechada construídos com tubos de cromo-molibdênio, câmbio inglês Xtrac de seis marchas com assistência pneumática e rodas de 18″, aceita grande variedade de motores e caixas de câmbio de origem diversa. Ainda (em 2020) um best-seller da Metalmoro, pode ser fornecido completo ou customizado para o cliente.

Em 2017 a Metalmoro deu um salto em sofisticação tecnológica ao lançar o novo protótipo JLM AJR. Desenvolvido a partir de 2015 como evolução do MR18 (que permaneceria em produção), o projeto avançou a ponto de exigir novo chassi e carroceria aerodinamicamente otimizada, projetada em CAD, levando a que o carro ascendesse, no final do processo, ao “estado da arte” mundial da categoria. Projeto modular, o novo modelo não só aceitaria diversas motorizações e câmbios e diferentes esquemas de suspensão e diâmetro de rodas, como alterações na carroceria e até substituição do chassi, de tubular de cromo-molibdênio para casco de fibra de carbono.

Equipado com câmbio Xtrac e motor Honda turbo de 550 cv (logo substituído pelo Chevrolet V8 utilizado pela Stock Car), os dotes esportivos do protótipo logo se fizeram notar, levando-o a conquistar a pole-position nas quatro provas disputadas em 2017 (embora sem vitórias, por quebras). Em 2018 foram mais oito poles (nas sete corridas do Endurance Brasil e nos 500 km de Interlagos), com vitórias em Tarumã e Santa Cruz do Sul. Desde então o sucesso só vem se confirmando, nas oito provas do campeonato brasileiro de 2019 carros AJR (de diferentes equipes e com diversos pilotos ao volante) vencendo sete vezes e ocupando a pole position oito.

A Metalmoro também atende a encomendas de projetos especiais, construindo chassis para motos e autos, em exemplar único ou pequena série, sendo também preparadora oficial de carros Fiat para a categoria Trofeo Linea. O protótipo MR1, de 2013, foi  sua última criação. Carro de competição de custo reduzido, tem estrutura tubular periférica e carroceria plástica reforçada com fibra de vidro no formato do pequeno automóvel italiano Fiat 500; o posto de pilotagem é central. O carro foi equipado com motor Fiat T-Jet (1.4 16v turbo com injeção eletrônica programável, atingindo 280 cv), câmbio sequencial francês de seis marchas, suspensão independente e freios a disco nas quatro rodas.

<metalmoro.com.br>

 

[LEXICAR agradece a colaboração de Daniel Vieceli na atualização desta página.]





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