Tradicional fabricante europeu de automóveis, desde 2001 a Citroën produz no Brasil, em planta compartilhada com a também francesa Peugeot, com a qual compunha o grupo PSA. Após anos de sucesso com o monovolume Xsara Picasso e o hatch C3, a marca viria a passar por drástico recuo no país, alcançando menos de 0,7% de participação em 2020, atrás até da recém instalada Chery.
Também em crise na França, em outubro de 2019 a PSA foi absorvida pela Fiat italiana, no ano seguinte dando origem à Stellantis. Já no final de 2020, apesar de contar somente com um modelo em linha (C4 Cactus), a filial brasileira começou a observar fortes sinais de recuperação: os emplacamentos de dezembro foram os maiores desde 2015; o índice de participação no mês de novembro foi mais de três vezes superior ao de janeiro; um crescimento de 77% no acumulado do ano – 75 pontos percentuais acima do mercado total e o terceiro maior entre os fabricantes nacionais; e avanço de 105% do C4 Cactus no período – muito acima da média do segmento.
Um novo C3 foi lançado em 2022, contribuindo para o crescimento de 37,5% nos emplacamentos no ano, movimento acelerado ao longo de 2023. O recente C3 Aircross será mais uma peça relevante neste processo.
Fugindo às regras de divulgação de lançamentos futuros – que usualmente iniciam com poucos dados técnicos e conceituais, parcas informações de conteúdo e, ao final do período, imagens sombreadas do perfil do veículo ou do seu interior, a Stellantis optou por, já em abril deste ano, divulgar fotografias externas do carro inteiro, sob vários ângulos, para só em outubro, menos de um mês antes do lançamento oficial, revelar algo de seu conteúdo.
Utilitário esportivo compacto projetado sobre a plataforma “popular” do C3 (com o qual compartilha muitos elementos, como faróis, para-brisas e portas), o Aircross tem 4,32 m de comprimento, 2,67 de entre-eixos (o maior da categoria, 13 cm a mais do que o hatch), vão livre de 23,3 cm e porta-malas com 493 litros de capacidade. O carro chega com motor 1.0 turbo flex de três cilindros e 125/130 cv (já utilizado por Fiat Pulse e Fastback e Peugeot 208), câmbio automático CVT de sete marchas, tração dianteira, suspensão dianteira McPherson e traseira por eixo de torção, freios a disco ventilados na frente e a tambor atrás e direção com assistência elétrica.
O modelo terá uma versão com sete lugares (dois assentos dobráveis no porta-malas) e sistema de ventilação no teto, a ser apresentada no primeiro trimestre de 2024.
Citroën C3 Aircross.
São três as versões disponíveis, com o seguinte conteúdo de série:
Feel: dois airbags frontais, ar-condicionado manual, controle eletrônico de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa, monitoramento de pressão dos pneus, sistema multimídia com tela sensível ao toque de 10″, luzes diurnas de leds, banco do motorista com regulagem de altura, coluna de direção com regulagem em altura, vidros elétricos, limpador e desembaçador do vidro traseiro, travas elétricas com comando na chave, aerofólio traseiro, barras longitudinais no teto e rodas de aço de 16″.
Feel Pack: adiciona quatro airbags (frontais e laterais), sensor de estacionamento traseiro, painel de instrumentos digital com tela de 7″, retrovisores elétricos, apoia-braço para o motorista e rodas de liga de 16″.
Shine: inclui faróis de neblina, câmera de ré, controlador de velocidade, piloto automático, teto em preto, acabamento em preto brilhante no entorno da grade e em detalhe na tampa da mala, acabamento sob os para-choques na cor prata, bancos e volante revestidos em couro sintético, estepe de uso temporário e rodas de liga de 17″.
Como opcionais: para as três versões, Pack Protection (protetores de carter e soleira) e Pack Design (arremate da grade e protetor lateral das portas); para Feel Pack, Pack Comfort (faróis de neblina e câmera de ré); e para Shine, teto em branco.
