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Instalado no Brasil desde 1958 como importador, este importante fabricante norte-americano de motores só constituiu filial no país em 1971, após se decidir pela produção local de unidades diesel de alta potência, em faixas superiores às oferecidas pela concorrência. Para acelerar sua vinda, em 1972 a Cummins adquiriu os ativos brasileiros da alemã Deutz – a fábrica de motores Otto Deutz, em Guarulhos (SP), e a de chassis Magirus, em Simões Filho (BA).

Dois anos depois iniciou a produção de motores em Guarulhos, inicialmente modelos destinados a uso estacionário e por equipamentos de construção. Já em 1975, porém, a empresa entrava no mercado de motores veiculares, lançando o N-855, de seis cilindros, 14 litros e 240 cv. Naquele mesmo ano a Cummins norte-americana se desfez de 51% das ações ordinárias da filial brasileira, imediatamente adquiridos pela Caemi – Cia. Auxiliar de Empresas de Mineração, um dos maiores grupos brasileiros do setor de extração e beneficiamento de minérios, passando a nova sociedade a denominar-se Caemi-Cummins Motores S.A..

O crescimento da empresa foi lento mas constante: inicialmente produzindo apenas quatro motores por dia e, no segmento de caminhões, vendendo somente para reposição e serviços de repotenciamento, em 1976 a Cummins já era fornecedora oficial (ou a principal) de diversos fabricantes nacionais de máquinas de construção (Clark, Komatsu, Tema Terra, Terex, Villares e Wabco, a eles se juntando a Müller em 1978). Sua gama de motores industriais e veiculares (todos diesel com seis cilindros em linha) era apresentada em três versões: N, aspirado com 240 cv; NT, turbo com potências entre 250 e 340 cv; e NTA, turbo com aftercooler (pela primeira vez no Brasil), entre 350 e 406 cv. Em 1980 a produção já ultrapassava 3.000 unidades, pouco mais da metade destinada à exportação.

Em junho de 1981 foi encerrada a participação da Caemi na Cummins. No mês seguinte a empresa (agora denominada Cummins Brasil S.A.) teve aprovado pelo Befiex um programa de exportação que propiciou seu primeiro salto de crescimento, elevando as vendas externas a 80% da produção total em 1984. Em função de sua estratégia inicial de concentrar-se na fabricação de unidades de elevada potência, porém, era ainda muito reduzida a parcela do mercado ocupado pela empresa em termos absolutos. Tal política foi radicalmente alterada a partir de 1986, com a introdução de novas famílias de motores médios e semi-pesados. A série C, de semi-pesados, tinha seis cilindros, 8,3 litros e potência entre 150 e 250 cv, dependendo da versão (aspirado, turbo e turbo com aftercooler). Os primeiros veículos de série a  utilizarem os novos motores foram os ônibus Mafersa. Unidades de concepção moderna (“totalmente projetado por computador“, como anunciava a empresa), simultaneamente lançadas no Brasil e EUA, tinham menor peso e construção mais simples, com 40% menos peças do que os equivalentes do mercado. (Para acelerar o lançamento da série C, no ano anterior a Cummins adquiriu da Fiat Diesel, que acabava de cerrar sua fábrica de caminhões, a linha de produção de motores herdada da FNM.)

Seguindo a tendência aberta com a série C, em 1989 foi lançada a série B, para competir com a MWM e Perkins no suprimento de caminhões na faixa de 14 t – linha de motores médios com quatro ou seis cilindros (3,9 ou 5,9 litros) e potências variando entre 130 e 180 cv. Com estas duas famílias, a elevada dependência do mercado externo começou a reverter. Esta tendência se consolidou no início da década seguinte, a partir do momento em que a Cummins passou a equipar a linha de caminhões Ford Cargo nacionais e iniciou a participação, como fornecedora de motores, no consórcio modular da Volkswagen Caminhões, em Resende (RJ). A partir daí sua produção (com índice de nacionalização médio de 85%) avançou aceleradamente, atendendo 10% do mercado brasileiro de caminhões em 1995, 12% no ano seguinte e 17% em 1997; em 2004 este indicador estaria em 35%.

Com apenas 25% de nacionalização, no ano 2000 a Cummins iniciou a produção nacional da série ISM, com 11 litros e gerenciamento eletrônico (Interact System M). Além de atender a normas mais estritas de controle de poluição, o motor “interativo” (que foi de imediato aplicado aos caminhões International para exportação) continha ferramentas de coleta de dados em tempo real, com 120 itens programáveis, permitindo auto-diagnóstico, avaliação de desempenho do equipamento e até corte da potência do motor em casos de falhas graves. A seguir ao ISM, que alcançava 405 cv, foi lançado o ISB, com 8,3 l e 330 cv. Na Fenatran de 2003 a eletrônica chegou aos motores médios e semi-pesados, que passariam a equipar os caminhões Ford e VW a partir do ano seguinte – a família Interact 4 e 6, com os mesmos 3,9 e 5,9 litros, porém com nova arquitetura, quatro válvulas por cilindro e o moderno sistema de injeção common rail.

Para 2004 a Cummins desenvolveu a série Euromec III, derivado da série B, um motor “mecânico” (isto é, sem gerenciamento eletrônico) mais barato, para aplicações leves (3,9 l e 120 cv), porém ainda atendendo às exigências das autoridades ambientais brasileiras. Em 2005, também na Fenatran, foram lançados o ISC, versão eletrônica da bem-sucedida série C, com potência elevada para 320 cv, e o Euromec C, o correspondente ao EuroMec II na família C. Na seção seguinte da Feira, em 2007, a empresa apresentou a série ISL, com 8,9 litros e 400 cv, importada da Inglaterra, com previsão de lançamento futuro no Brasil. Apta a atender as normas Conama previstas para 2009, dispunha do novo sistema de controle de emissões SCR (Selective Catalytic Reduction) a base de solução de água e uréia com catalizador; tinha módulo de controle eletrônico com velocidade de processamento duas vezes maior e opção de freio-motor integrado ao cabeçote, atuando diretamente sobre as válvulas de escape.

A Cummins não vive crises no Brasil: numa seqüência de 16 anos de crescimento ininterrupto, em 2007 a empresa simultaneamente fabricou a 600.000ª unidade desde o início de suas operações no país e atingiu a marca recorde de 77 mil motores construídos em um ano, tornando-se a maior produtora de motores diesel do país. Sua participação no mercado como fornecedora de motores para a indústria automotiva alcançou 50% do segmento de equipamentos de construção, 34% do de caminhões e ônibus e 34% de colheitadeiras. Desde 2000 fabrica grupos geradores, dominando 21% do mercado.

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O que houve de novo a partir de 2008





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