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Denominação dos automóveis esportivos construídos em pequena quantidade, a partir do final da década de 90, por Fabio Taccari. Apesar de ter começado a desenvolver o projeto no início dos anos 80, recém-formado pela FEI, só conseguiria concretizá-lo quase vinte anos depois. Sua inspiração foram três modelos esportivos europeus – Alpine, Lancia Stratos e Abarth 2000 – todos eles compactos, com desenho em cunha, distribuição equilibrada de massas e uso simultaneamente esportivo e urbano, conceitos que buscou aplicar ao seu automóvel.

Chegou a avançar na confecção dos moldes da carroceria, porém teve que interromper o trabalho, por falta de recursos, só retomando-o em meados da década seguinte. O primeiro protótipo – Racer – foi concluído no final dos anos 90, utilizando a plataforma encurtada do Volkswagen Brasília, com 2,12 m de entre-eixos e motor traseiro refrigerado a ar com deslocamento aumentado para 2.200 cm3. O posto de direção foi avançado e o tanque de combustível deslocado para trás dos bancos. O comportamento dinâmico do carro não foi satisfatório e Fabio partiu para o segundo protótipo, sempre com motor traseiro, completado em 2002. Ganhou o nome Turbo EX.

Com dois lugares e apenas 3,50 m de comprimento (14 cm a menos do que o antigo Fiat Uno), o carro trouxe novo chassi com túnel central e estrutura em Y na traseira, motor (ainda VW a ar) de 1.800 cm3 com turbocompressor e 150 cv, câmbio VW de quatro marchas, suspensão dianteira do Fusca e traseira da Kombi, freios a disco perfurados na frente e a tambor atrás. Buscando marcar vocação esportiva, o Short tinha painel de instrumentos completo, acabamento interno bastante simples (apesar do estofamento de couro), bancos tipo concha e cintos de segurança de quatro pontos. O fechamento das janelas se dava em duas partes, ambas de policarbonato: uma placa inferior, fixa à porta, e uma superior, desmontável, dotada de pequena janela deslizante, como nos GTs de corrida. Também o teto era parcialmente removível, transformando-o num targa. Bateria e pneu de reserva foram situados sob o capô dianteiro, sendo destinado à bagagem pequeno espaço atrás dos bancos.

Mais dois protótipos foram preparados nos anos seguintes: o primeiro, que deu origem ao modelo Turbo GT, mantinha a motorização refrigerada a ar, porém ganhou novo turbo, chegando à potência de 180 cv, e freios a disco perfurados nas quatro rodas (do VW Golf, na frente, e do Chevrolet Omega atrás). O segundo já recebeu um motor VW AP de 1,8 l, refrigerado a água, que equipado com turbo alcançou 220 cv. O último desenvolvimento da Short foi o modelo SRT, para competição, com o arranjo técnico do modelo anterior, porém com nova carroceria onde o posto de pilotagem foi isolado do compartimento traseiro. A Short fabrica seus carros artesanalmente em São Paulo (SP), à razão de somente duas unidades anuais. Fabio Taccari conta despertar o interesse estrangeiro para elevar o ritmo de produção.

Hoje, através de sua empresa Short Motorsport, além da esporádica montagem de carros Short, Fabio produz uma diversificada linha de acessórios e componentes para carros e motocicletas de competição. Também tem em seus planos a construção de um automóvel elétrico de alto desempenho, provisoriamente chamado Short E. Desenvolvido a partir do corpo do modelo SRT, o carro teria um motor elétrico acoplado a cada roda traseira, células coletoras de energia solar e design otimizado, de modo a recuperar parte da energia gerada pelo fluxo aerodinâmico em torno da carroceria.

<shortmotorsport.com>





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