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Após importar dos EUA um hot rod Willys para seu uso pessoal, em 1996, Cleber Jean Araújo resolveu fabricar ele próprio os seus carros. Criou em Santo André (SP) a Americar Veículos Especiais Ltda., construiu dois hots Willys 1941 (cupê e picape, com motores Chevrolet V8) e partiu para vôos mais altos. No ano 2000 tinha pronta sua primeira réplica verdadeira – um AC Cobra –, já mostrando a qualidade de acabamento e fidelidade de reprodução que seriam confirmadas nos lançamentos futuros.

Seu primeiro Cobra usava motor 5.0 de um Ford Mustang 1995, retrabalhado para alcançar 230 cv, caixa do Ford Maverick GT e freios (a disco na frente) e componentes de suspensão do Chevrolet Opala. O bem cuidado interior incluía bancos de couro e muitos pequenos elementos de acabamento importados da Inglaterra e EUA. Em 2002 a Americar apresentou sua segunda réplica, o Thunder Classic, cópia do Ford Thunderbird 1955/56. Também com chassi tubular, carroceria de fibra, motor Ford V8 e suspensão de origem Chevrolet, o carro tinha teto rígido com a típica vigia redonda na coluna traseira, freios a disco nas quatro rodas e transmissão automática, podendo receber capota de lona e pneus com banda branca.

Em meados de 2003 saía o terceiro Americar, o XK 120 Classic, réplica do magnífico Jaguar esporte dos anos 50 construída a partir dos moldes e ferramentais do antigo Fera (adquiridos de um colecionador paulista que os conservava desde o encerramento da produção, em 1983). Da mesma forma que os demais carros da empresa, este também tinha chassi tubular e carroceria de fibra. A mecânica, entretanto, era Chevrolet (motor 4.1 de 6 cilindros e 165 cv, caixa de cinco marchas, suspensão dianteira e eixo rígido traseiro – tudo do Opala); a direção hidráulica progressiva era do Volkswagen Golf. Dessa vez, mesmo os detalhes de carroceria mais complexos (importados no caso do Cobra) eram fabricados pela Americar, tais como faróis, quadro do pára-brisa, grade em latão cromado, capota conversível e volante com aro de madeira. Revestimento interno em couro e painel também em madeira conferiam ótimo acabamento ao carro. Câmbio automático e rodas raiadas podiam ser fornecidos como opcionais.

Cerca de 60 unidades foram fabricadas até 2010. O carro já dispunha, então, de motor 2.0 de quatro cilindros Chevrolet (142 cv, a gasolina ou flex) e freios a disco nas quatro rodas (antes opcionais). Uma bela versão cupê foi lançada em 2011. A partir de 2013 o XK 120 passaria a ser fornecido com mecânica 0 km importada dos EUA – motor V8 Chevrolet de 5,7 l e câmbio automático.

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A réplica do magnífico Jaguar XK 120 da Americar.

Seu mais ousado lançamento, do final de 2007, foi o GTA 40, cópia do mítico Ford GT 40 de competição, projeto adquirido na Inglaterra, correspondente ao modelo Mk1 de 1966. Programado para fabricação em série limitada, apresentava diversos componentes importados, entre os quais motores Ford V8 com potências de 345 (equipamento original), 400 ou 475 cv (opcionais). Construído em estrutura tubular integral agregando o santantônio e carroceria de fibra de vidro, tinha motor central, caixa de cinco velocidades alemã da Audi, suspensão totalmente independente, freios a disco ventilados nas quatro rodas e direção mecânica (a empresa desaconselha assistência hidráulica); havia opções de embreagem, câmbio e freios para alta performance. Embora típico carro de competição, “duro” e “ríspido”, a Americar procurou dotá-lo de algum conforto – bancos de couro, ar condicionado e, para compensar a reduzida visibilidade para trás, sensor de estacionamento.

O modelo lançado em 2009 foi mais prosaico – o Chevy 33 Coupê –, uma interpretação, com ares de hot rod, do Chevrolet cupê de 1933; construído em fibra, com chassi tubular, trazia os mesmos órgãos mecânicos do XK 120 Classic (motor 4.1, caixa, suspensões, freios e direção hidráulica); como opção, podia receber motor Chevrolet 2.4 com 148 cv e caixa automática. Em 2010, a Americar fabricou para a Nestlé uma série limitada de 50 unidades deste modelo, personalizada por Emerson Fittipaldi, encarnando o Calhambeque de Roberto Carlos, carros para ser sorteada em campanha comemorativa pelos 50 anos do cantor.

A partir do Chevy 33, novas réplicas ao estilo hot rod seriam comercializadas nos anos seguintes – o Chevrolet 1938 Coupé e os Ford 1933/34 Roadster, Coupé e Tudor Sedan –, sempre com carroceria moldada em fibra, motor Chevrolet 2.0 de 142 cv, câmbio Chevrolet de cinco marchas, suspensão dianteira independente, suspensão traseira com eixo rígido e molas helicoidais (também Chevrolet) e freios a disco nas quatro rodas. O último lançamento da empresa, já em 2012, foi a réplica – bastante fiel – do Shelby Daytona.

De todos estes modelos hoje se mantém em linha as réplicas do Cobra, Jaguar Coupé e conversível (vendendo em média duas unidades mensais), o histórico Willys Coupé e os mais recentes Ford Coupé e Chevrolet 38. Quanto ao Cobra, seu modelo de maior sucesso, hoje batizado 427 Classic, a Americar vem agregando melhorias constantes. Em 2007, o carro passou a utilizar motor Ford V8 de cinco litros, importado dos EUA (também com 230 cv), caixa de cinco marchas, chassi tubular próprio e freios a disco ventilados à frente e sólidos na traseira; dentre as opções, carroceria de alumínio em lugar da fibra de vidro, teto rígido removível, rodas raiadas e painel e volante de madeira. Em 2010 foram incluídos, como itens de série, suspensão independente nas quatro rodas com amortecedores reguláveis e direção elétrica; como novos opcionais, chassi e suspensões de alumínio, carroceria de fibra de carbono, com somente 48 kg, e motor de 300 cv com cabeçotes de alumínio. Todas as seis réplicas podem opcionalmente receber motor GM V8 de 5,7 l importado. Para o Jaguar, particularmente, a empresa estuda a adoção de suspensão traseira independente da Art Costalonga.

Desde 2011 a Americar utiliza o nome de fantasia American Classic. Das oito réplicas fabricadas mensalmente em 2016, ¾ eram exportadas para os EUA.

<americanclassic.com.br>





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